Uma pesquisa de campo em novembro do ano passado comprovou o que os jornalistas cariocas sentem no bolso: o tíquete-refeição no Rio deve ser de, pelo menos, R$ 26,17. Levantamento encomendado pela Associação das Empresas de Refeição e Alimentação – Convênio para o Trabalhador (Assert) mostra ainda que a capital carioca tem a refeição fora de casa, e em horário de almoço, mais cara do Brasil depois da Grande São Paulo.
O tíquete-refeição da categoria atualmente (R$ 12,25) contempla apenas 46% do preço médio (R$ 26,17). O valor proposto pelo Sindicato dos Jornalistas – seguindo decisão de assembleia e pesquisa online – e levado ao patronato em rodada de negociação é de R$ 30,00. Espera-se que os empresários não queiram confrontar também os números da Assert.
Os dados divulgados recentemente por esta associação ainda mostram que o preço médio da refeição self-service no Rio é de R$ 22,65 e, do prato feito, R$ 18,25. De acordo com a Assert, estes valores devem ser levados em consideração no momento da definição do tíquete-alimentação disponibilizado aos trabalhadores. A pesquisa foi feita em estabelecimentos que possuem convênios de refeição.
“As empresas devem pagar, pelo menos, o valor de R$ 18,25”, lembra o vice-presidente da Assert, Roberto Baungartner. Este preço é o custo médio de um prato feito nos restaurantes cariocas. Segundo ele, este tipo de refeição costuma suprir as necessidades do trabalhador com arroz, feijão e carne, por exemplo.
Para Baungartner, a elevação destes preços no Rio tem como pano de fundo os eventos internacionais, Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, por exemplo. “Além disso, percebemos um aumento generalizado nos preços dos insumos dos restaurantes, que levam em conta também energia, tributação e locação”, completa.
Outro dado sobre o assunto vem do Dieese. Na última quinta-feira (8/3), a entidade divulgou preço da cesta básica carioca no mês de fevereiro. Apesar de o valor ter recuado em relação a janeiro, subiu 5,8% na comparação com fevereiro de 2011, chegando a R$ 263,46.