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quarta-feira, abril 24, 2024
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JORNALISTAS DO RIO NA LUTA ANTIRRACISTA

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, junto com a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-Rio), realizou recentemente uma reunião virtual  com chamada ampla para os jornalistas que atuam no município do Rio de Janeiro. Na pauta, a construção de políticas afirmativas no campo do jornalismo que venham contribuir para a diversidade e inclusão no mercado de trabalho de jornalistas negras e negros e a qualificação da produção jornalística. A Cojira-Rio é um órgão consultivo do SJPMRJ no campo das relações raciais desde 2003. A conversa contou com a participação dos jornalistas Ivan Accioly e Marcelle Chagas, ambos da Rede Jornalistas Pretos pela Diversidade na Comunicação.

Cerca de 57% dos jornalistas de redação no Brasil identificam marcas de discriminação ao longo de suas trajetórias profissionais na imprensa, segundo dados do estudo Perfil Racial da Imprensa Brasileira, elaborado pelo Jornalistas&Cia, em parceria com o Portal dos Jornalistas e o Instituto Corda, com apoio da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) junto com a Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira), na qual a Cojira-Rio é parte integrante. O documento foi divulgado em novembro de 2021.

O Perfil Racial da Imprensa Brasileira foi elaborado a partir da coleta de dados junto aos jornalistas, em especial os que trabalham em redações de veículos jornalísticos. Foram ouvidos quase 2 mil jornalistas de redações de todo o País.

Luta Sindical Antirracista

O SJPMRJ e a Cojira-Rio acreditam que o estudo será uma importante ferramenta para o desenvolvimento de políticas afirmativas no campo do jornalismo, fortalecendo a luta sindical antirracista e o combate à desigualdade social que tanto impacta na vida dos trabalhadores.

Há 19 anos, a Cojira-Rio vem realizando ações e debates para o monitoramento crítico do noticiário relacionado à questão racial. Por meio de seminários e publicações, a comissão tem estimulado o aprendizado e a reciclagem dos profissionais de comunicação, especialmente os jornalistas, de modo a compreenderem com maior profundidade o tema que dá nome à comissão. Uma ação que ganhou destaque recente foi o Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento, criado para dar visibilidade aos problemas que afetam a população negra no país.

Os números trazidos pelo Perfil Racial da Imprensa Brasileira incentivaram o SJPMRJ/ Cojira-Rio a incluir na Pauta de Reivindicações da Campanha Salarial do SJPMRJ 2022-2023 uma cláusula visando a equidade racial. Se aceita pelo patronato, “as empresas se comprometem a implementar a instituição de cota de 30% de jornalistas negros e negras na composição dos e das profissionais contratados (as) para o exercício do jornalismo, respeitando a paridade de gênero, bem como adotar a instituição de salários iguais para as mesmas funções”. 

Além disso, “Fica instituída uma comissão tripartite paritária com 02 representantes da empresa, 02 jornalistas negros\as contratados\as da empresa e 02 representantes do Sindicato dos Jornalistas, para exercer a função de monitoramento, acompanhamento e aperfeiçoamento no cumprimento da cláusula”.

Não basta ser contra o racismo

A aprovação desta cláusula depende da mobilização de todos (as)  os (as) jornalistas do Rio de Janeiro, independentemente de cor de pele.

Sobre o racismo dentro das redações, o Portal Poder 360 publicou que a pesquisa mostra que 35% dos jornalistas pretos e pardos entrevistados consideram a carreira mais difícil no veículo em que trabalham. Dos jornalistas que responderam, 14% já sofreram algum tipo de discriminação racial no veículo em que trabalha. Outros 43% responderam que sofreram ações racistas antes, durante a sua carreira profissional. Ainda segundo o Poder 360, a Pesquisa Racial da Imprensa Brasileira também cruzou os dados de cor de pele e gênero. O levantamento mostra que para 85% das mulheres as ações racistas foram mais contundentes na vida profissional.

Na reunião do SJPMRJ/Cojira-Rio também foi abordada a recomendação do 39º Congresso Nacional dos Jornalistas (FENAJ, 2021) para os sindicatos adotarem a cota de 20% de negras e negros na sua diretoria.

Acesse a íntegra da pesquisa:

https://static.poder360.com.br/2021/11/pesquisa-perfil-racial-da-imprensa-17-nov-2021.pdf

Acesse o especial de Jornalistas&Cia sobre o estudo:

https://www.jornalistasecia.com.br/edicoes/jornalistasecia1334A.pdf

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