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sábado, novembro 23, 2024
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Agências faturam R$ 2,34 bi às custas da precarização

O Papai Noel das grandes agências de comunicação foi mais do que satisfatório neste fim de 2012. Isso pelo menos para os patrões, que faturaram R$ 2,34 bilhões em todo o Brasil – crescimento de 17% em relação ao ano anterior. A receita das assessorias engorda ano após ano.
Os números são projeções dos próprios empresários, por meio da Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom), entidade que negocia os acordos coletivos dos jornalistas em assessoria de imprensa no Rio e em São Paulo. Seus representantes tentam justificar os reajustes mínimos oferecidos – sem ganho real – e os salários baixos com as desculpas de pouco faturamento.
Porém, boa parte das grandes empresas de agências de comunicação contrata jornalistas como pessoa jurídica (PJ) ou sócio-cotista – e isso acontece não só no Rio de Janeiro. Esta prática – que segundo o Ministério Público é “fraude trabalhista” e impede o empregado de tirar férias e receber décimo terceiro salário, por exemplo –, vem sendo combatida pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro. Porém, a Abracom e suas agências, mais uma vez, infringiram norma da convenção coletiva.
No segundo semestre de 2012, o Sindicato tentou agendar com as principais assessorias de imprensa da cidade uma visita às redações para fazer pesquisa junto aos empregados sobre a realidade do mercado carioca. O objetivo desse levantamento de dados é embasar ainda mais as reivindicações levadas à mesa de negociação para o acordo coletivo 2012/2013. No entanto, apenas três assessorias receberam os representantes dos jornalistas – as outras empresas mostraram que têm, sim, muito a esconder. O caso foi levado ao Ministério do Trabalho.
Ainda de acordo com a Abracom, para 2013 a projeção é de crescimento médio maior, de 19%, “em um momento de expansão das oportunidades de negócios nos setores público e privado e de crescente valorização do trabalho de gestão de relacionamentos, base dos serviços prestados pelas agências” diz nota no site da associação.
“Só há uma explicação para que as empresas do setor tenham lucrado tanto no ano em que o País cresceu apenas 1%: os baixos salários que pagam aos empregados”, afirma Bruno Cruz, diretor do Sindicato dos Jornalistas.

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