Sindicato dos Jornalistas

quinta-feira, abril 25, 2024
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Após dar calote em jornalistas demitidos, ‘Povo do Rio’ reabre e comete mais irregularidades trabalhistas

Após encerrar atividades e deixar jornalistas na rua sem pagar o que deve, Alberto Ahmed reabriu recentemente o ‘Povo do Rio’ e mantém profissionais trabalhando em situação irregular. Após denúncias, o Sindicato fez uma visita surpresa à redação do jornal nesta sexta-feira (13/05), na Avenida Rio Branco, Centro do Rio, e constatou uma série de irregularidades trabalhistas.
Os poucos jornalistas trabalham sem carteira assinada, enfrentam com frequência atraso de salários e não recebem os benefícios previstos na convenção coletiva da categoria, como plano de saúde e tíquete refeição. Há ainda problemas de estrutura e os profissionais muitas vezes são obrigados a trabalhar de casa por falta de internet.
O ‘Povo do Rio’ não conta nem mesmo com um departamento de recursos humanos ou jurídicos, que poderiam receber as reivindicações do Sindicato. Agora, as novas denúncias serão encaminhadas à Superintendência Regional de Trabalho e Emprego do Rio (SRTE-RJ), que já investiga as ilegalidades trabalhistas no jornal.
Jornalistas demitidos em dezembro de 2014 até hoje não viram a cor do dinheiro que têm direito. Cinicamente, o próprio dono do jornal teria recomendado a esses profissionais que reivindicassem seus direitos na Justiça. À época das demissões, Ahmed propôs acordo em que os trabalhadores com carteira assinada abririam mão da multa de 40% sobre o saldo do FGTS e receberiam todo o resto. Os que trabalhavam sem carteira receberiam R$ 5.000, independente do tempo de serviço na empresa. Nada disso foi cumprido até hoje.
No ano passado, em manobra para escapar das obrigações trabalhista, foi decretada a falência do ‘Povo do Rio’. No entanto, a empresa continuou existindo com outro CNPJ e em outro endereço – desta vez na Avenida Rio Branco, no Centro do Rio.
Os trabalhadores demitidos em outubro e dezembro de 2014 contaram com orientação do Sindicato para dar entrada em ações trabalhistas individuais na Justiça cobrando o que Ahmed lhes deve. Inquérito que corre hoje no Ministério Público do Trabalho a partir de denúncia do Sindicato investiga as irregularidades cometidas na empresa.

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