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sábado, novembro 23, 2024
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Empresários fraudam condições de trabalho

A partir de agosto, a Comissão de Mobilização dos Assessores de Imprensa, do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio, retoma visitas a empresas de comunicação corporativa da cidade. O objetivo, além de manter um contato pessoal e informar os trabalhadores sobre a campanha salarial, é desenvolver pesquisa que vai revelar as condições de trabalho dos assessores de imprensa cariocas.
Durante assembleia, os jornalistas definiram que, na pauta de reivindicações para o acordo coletivo 2012/2013, constará a proposta pelo fim das contratações via pessoa jurídica (PJ) e sócio-cotista. Este tipo de contratação caracteriza fraude nas relações trabalhistas por parte das empresas. O Ministério Público do Trabalho já está de olho nesse tipo de irregularidade, já que os patrões coagem os trabalhadores para aceitá-las.
Além do vínculo trabalhista, a pesquisa do Sindicato, formulada pela Comissão de Mobilização, vai levantar questões como o número de profissionais em assessoria com formação superior em Jornalismo, benefícios que as empresas fornecem e faixa salarial. Outro ponto a ser avaliado são as prioridades de atuação do Sindicato na opinião dos jornalistas, que não precisarão se identificar na pesquisa.
A precarização das condições do trabalho, como a contratação como PJ ou sócio-cotista, é um artificio ilegal e corriqueiro das empresas. “Nessa forma de vínculo, não há garantias, por exemplo, de férias, décimo-terceiro ou pagamento de hora extra”, lembra a advogada do Sindicato dos Jornalistas, Claudia Duranti.
Confira aqui panfleto da Campanha Salarial 2012/2013 dos Assessores de Imprensa que será distribuído aos profissionais a partir de agosto. Vale lembrar que as empresas são obrigadas a permitir a entrada de diretores do Sindicato para conversar com os trabalhadores, desde que previamente avisadas, conforme o acordo coletivo assinado pelo sindicato patronal.
Assessores sindicais
Em julho, o Sindicato dos Jornalistas promoveu o seminário Relação Trabalhista na Imprensa Sindical. Durante o encontro, que contou com palestra de Claudia Santiago, do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), foram apresentados resultados de pesquisa feita junto aos jornalistas que atuam na área de comunicação dos sindicatos do município.
Os números mostram que 66% dos assessores sindicais na cidade recebem menos que o piso salarial sugerido para a categoria (R$ 4.621,00). Além disso, apenas 35% recebem algum tipo de abono salarial. Os dados foram levantados em 20 entidades, com 53 jornalistas. Deste total, 56% são homens e 60,8% possuem formação superior em Jornalismo.
Outras revelações da pesquisa: menos da metade (43%) dos assessores são sindicalizados; 31,2% estão há mais de dez anos atuando na comunicação do mesmo sindicato; 27% estão há menos de três anos; 36% declararam ser casados e 42% têm filhos.

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