Sindicato dos Jornalistas

terça-feira, abril 16, 2024
InícioNotíciasFim do Brasil Econômico não encerra a mobilização de jornalistas de O...

Fim do Brasil Econômico não encerra a mobilização de jornalistas de O Dia e Meia Hora

Nada há o que comemorar quando o assunto é a demissão de toda a equipe de um jornal que acaba por encerrar as suas atividades. O fim do impresso Brasil Econômico pode ser visto, no entanto, como um exemplo de como a união e a mobilização da nossa categoria podem fazer diferença numa hora difícil dessas. Nem que seja para garantir a redução de danos.
O fechamento do BE resultou na demissão de 33 colegas, dez dos quais, apenas, com a carteira assinada. Num primeiro momento, o Grupo Ejesa, que também detém as marcas O Dia e Meia Hora, anunciou que parcelaria a dívida trabalhista em dez vezes, com apenas o pagamento de um salário a mais, a título de multa pelo atraso na homologação. Mas a empresa foi pressionada a melhorar as condições de pagamento das dívidas trabalhistas originalmente previstas para as circunstâncias. Os jornalistas do BE contaram com a união dos colegas do Dia/ Meia Hora em um movimento bem sucedido para a reivindicação de melhores condições de regularização dessa dívida.
A partir desse movimento, a empresa atendeu às demandas apresentadas. Agregou-se à proposta original a manutenção do plano de saúde durante todo o período do parcelamento e sem contrapartida de contribuição dos jornalistas; o estabelecimento de multa diária em caso de atraso no pagamento das parcelas e a oferta de um bem em garantia do total da dívida, no caso o parque gráfico da empresa. A dívida deverá ser paga em parcelas de três a dez vezes, mantido o valor mínimo mensal equivalente ao líquido de cada jornalista.
O ideal mesmo seria que a empresa pagasse toda a dívida de uma vez. Mas, diante da notória crise financeira que abala a empresa, os jornalistas decidiram concordar com o parcelamento da dívida trabalhista. No caso dos jornalistas que trabalhavam como Pessoas Jurídicas, forma precária de relação trabalhista já denunciada há tempos aos órgãos competentes por nosso sindicato, foi garantida a manutenção do plano de saúde por três meses após o desligamento e o pagamento de multa contratual. Esses poderão ainda cobrar o reconhecimento de seus direitos trabalhistas na Justiça.
O fim do BE não encerra a mobilização na redação da Rua dos Inválidos. Os jornalistas do Dia e do Meia Hora se mantêm organizados, por meio de uma comissão de empregados, e atentos à delicada situação financeira da empresa. Em meio a um quadro tão grave, a luta dos jornalistas é por #nenhumdireitoamenos.

Mais notícias