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sexta-feira, abril 19, 2024
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Jornalistas de Rádio e TV querem aumento realProposta de 2% é rejeitada pela categoria

Não houve avanço na 4ª rodada de negociação da Campanha Salarial 2018 com o setor de Radiodifusão, ocorrida na última quinta-feira (22/2).
O patronato não avançou em relação ao reajuste salarial que os jornalistas estão reivindicando e procurou desqualificar a consulta que o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ) fez junto aos jornalistas das empresas de Rádio e TV.
Na negociação, os representantes do Sindicato das Empresas de Radiodifusão no Estado do Rio de Janeiro (SERTERJ), mantiveram a contra-proposta de 2% de reajuste nas cláusulas econômicas e querem impor o fim do Adicional por Tempo de Serviço (ATS) como condição para a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho 2018.
A cláusula 8ª do Acordo Coletivo 2017, com validade de dois anos (até janeiro de 2019), foi conquistada pelos jornalistas de rádio e TV em 1990 e vem sendo mantida desde então, sem questionamentos. Estabelece que “as empresas pagarão um adicional de tempo de serviço, sob a forma de 3% (três por cento) para cada quinquênio de serviço ininterrupto à mesma empresa, limitado a um máximo de cinco quinquênios e incidente sobre o salário-base do empregado, sem considerar vantagens pessoais.”
O patronato quer agora, antes do término da vigência, alterar a cláusula do ATS, amparado no pacote de maldades da Reforma Trabalhista imposta pelo desgoverno Temer, alegando que as cláusulas sociais, que hoje tem vigência até 2019, deixariam de valer.
Outra cláusula de 2 (dois) anos que os patrões querem modificar diz respeito às chamadas horas extras que decorrem da jornada (in itinere) em viagens.

Jornalistas querem aumento real

Na negociação, o Sindicato dos Jornalistas apresentou o resultado da consulta realizada junto aos trabalhadores entre os dias 16 e 21 de fevereiro. A maioria respondeu que o sindicato deve continuar lutando por um índice de 6,5% de aumento real. 92% votou a favor do aumento real contra os 8% que aceitam a proposta patronal de reajuste de 2% sobre o salário e demais cláusulas econômicas.
A categoria reivindica reajuste dos salários com base no índice geral do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), mais 6,5% de aumento real. O INPC acumulado no período de fevereiro de 2017 a janeiro de 2018 chegou a 1,87%, mas, como esclarece o Dieese, o índice geral é apenas uma referência, já que a inflação que efetivamente atinge o trabalhador depende dos itens mais utilizados e de sua localização geográfica.
Os representantes do setor de radiodifusão questionaram a metodologia aplicada pela pesquisa. Para eles, os 2% oferecidos contemplam o INPC de 1,87% e ganho real.
Não consideram, por exemplo, que para quem frequentemente se alimenta fora do domicílio, o INPC deste subitem na Região Metropolitana do Rio de Janeiro apresentou alta de 3,67%. Também não é relevante para eles que os custos com habitação tiveram acréscimo de 4,99% no Rio, com altas no aluguel e taxas associadas de 4,45%. Também não levaram em conta que, além disso, houve grande acréscimo nos combustíveis domésticos (como o gás de cozinha) – de 11,46%; e na energia elétrica residencial, com alta de 7,98% em nossa região. Os gastos com serviços de saúde ultrapassaram os dois dígitos: aumentaram 10,93% no Rio, enquanto os planos de saúde aumentaram ainda mais: 13,60%.
Na consulta aos jornalistas também foi perguntado se concorda com a aplicação da intrajornada (redução de meia hora no intervalo da refeição). O resultado foi: concordam 14% e 75% dos votantes não concordaram. Tendo 12% de votos em branco.

Próximos passos

Diante deste cenário, o Sindicato dos Jornalistas continua valorizando o diálogo, mas entende que o momento é de acompanhamento e mobilização. É a pressão dos jornalistas nas redações que levará os patrões a atenderem os anseios dos trabalhadores de Rádio e TV.
A próxima rodada de negociação está marcada para o dia 1° de março. Até lá, o Sindicato dos Jornalistas continuará visitando as redações para esclarecer a categoria sobre a Campanha Salarial 2018.
Confirmada a visita a TV Globo – Emissora nos dias 26, 27 e 28/02/18, das 11h às 20h. Ajude a convocar os jornalistas porque a TV Globo não permite a nossa circulação dentro da Emissora.

Jornalismo Impresso

O presidente do Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Município do Rio de Janeiro, Fernando Gimenez, marcou para o dia 1° de março a primeira rodada de negociação da Campanha Salarial 2018 para os jornalistas de jornais e revistas.

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