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sexta-feira, novembro 29, 2024
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Patrões de rádio e TV propõem reajuste salarial de 5% para jornalistas

patroesOs representantes dos patrões das empresas de rádio e TV ofereceram um reajuste de 5%, sem aumento real, para os jornalistas do Rio em 2014 durante reunião com diretoras do Sindicato na manhã desta quarta-feira (19) para apresentar a contraproposta à pauta de reivindicações dos trabalhadores. O percentual é inferior ao menor índice de inflação registrado no país, o INPC, que fechou o ano de 2013 acumulado em 5,56%. O Sindicato quer que o reajuste salarial seja calculado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apurado na cidade do Rio, um dos mais altos em todo país, mais um ganho real de 5%. Somente entre janeiro a dezembro do ano passado, o indicador oficial de inflação acumulou 6,16% no município.
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O piso salarial proposto pelo Sindicato também foi rejeitado pelos patrões, que não ofereceram um valor alternativo aos R$ 4.927 que constam na pauta de reivindicações. Os jornalistas do Rio estão há mais de uma década sem piso salarial. A participação de lucros e resultados também sofreria reajuste de apenas 5% e seria mantida nos moldes atuais, com pagamentos que variam de 20% a 40% da remuneração do jornalista. O Sindicato luta pelo pagamento de um salário integral.
Foi rechaçada ainda a cláusula que determina os valores a serem pagos nos tíquetes refeição e alimentação. Os patrões disseram não planejar os reajustes desses benefícios. O custo de comidas e bebidas no Rio é um dos que mais sobe no país: 9,34% de janeiro a dezembro do ano passado segundo o IPCA.
Apesar dos riscos evidentes enfrentados pelos jornalistas do Rio hoje, os patrões rejeitam a cláusula que garante o pagamento de adicional de periculosidade de 30% do salário, o cumprimento do código de ética dos jornalistas, a restrição ao acúmulo de funções e a formação de comissões de redação. As empresas de rádio e TV também não querem se comprometer com planos de saúde para os funcionários e com pagamentos de adicionais de chefia e de reprodução de matéria – quando o conteúdo produzido por um jornalista é publicado em outros veículos.
O Sindicato quer que os patrões de rádio e televisão detalhem a sua contraproposta com apresentação de um valor alternativo para o piso salarial e revejam o posicionamento relativo a medidas importantes para os jornalistas que eles afirmam querer excluir da convenção coletiva. Uma nova reunião está prevista para a quarta-feira (28). O Sindicato também deve se reunir com os representantes de jornais e revistas na semana que vem para ouvir a contraproposta deste segmento. As duas propostas deverão ser apreciadas em assembleia dos trabalhadores ainda antes do Carnaval.
“Diante da sinalização dos patrões de endurecer nas negociações, com a apresentação dessa proposta, que é muito distante das reivindicações apresentadas por nossa categoria, precisamos intensificar a nossa luta. Nesse sentido, nosso sindicato organiza uma campanha de mobilização dos jornalistas para mostrar o quanto estamos coesos em torno de demandas tão fundamentais, como a reconquista do piso salarial, do aumento real e de garantias de segurança e condições dignas de trabalho”, afirma Paula Máiran, presidenta do Sindicato.

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