O Sindicato pediu ao Ministério Público do Trabalho providências imediatas a respeito das más condições de trabalho na TV Bandeirantes no Rio. A emissora deve ser investigada por submeter os funcionários a riscos, seja pela falta de equipamentos de proteção, de equipes de apoio ou de treinamento adequado, solicita o ofício encaminhado pela entidade nesta quarta-feira (12/02) à procuradora Teresa Cristina d’Almeida Basteiro, que chefia a Procuradoria Regional do Trabalho da 1º Região.
O cinegrafista Santiago Andrade, morto após ser atingido por um rojão disparado por manifestante em protesto na Central do Brasil, não usava qualquer equipamento de proteção, estava sozinho em uma área conflagrada e ainda era obrigado a dirigir o carro da emissora. O Sindicato afirma que esta tragédia poderia ser evitada, ou ao menos minimizada, se a empresa fornecesse as condições necessárias para o trabalho do jornalista.
O ofício enviado ao MPT também alerta para a necessidade de se instalar as comissões de segurança nas redações do Rio, medida que consta do acordo coletivo do ano passado e não é cumprida pelas empresas, inclusive a Bandeirantes. Os colegiados, formados por representantes de patrões e empregados têm a função de normatizar as medidas de proteção de acordo com a realidade de cada ambiente, e em benefício do trabalhador.
As más condições de trabalho não estão restritas às redações do Grupo Bandeirantes, afirma a presidente do Sindicato, Paula Máiran. A entidade notificará nos próximos dias as demais empresas de comunicação que atuam no Rio, nacionais e estrangeiras, para exigir o cumprimento de normas básicas de segurança para os trabalhadores.
“Vamos bater muito na tecla da proteção aos jornalistas nas reuniões com os sindicatos patronais na rodada de negociações que começa nesta semana. É hora de dar um basta à violência, mas também à negligência dos patrões e do Estado com a garantia da segurança dos jornalistas”, disse Paula.