Os representantes dos patrões das empresas de rádio e TV insistiram na proposta de reajuste de 5% para os jornalistas do Rio durante a negociação da campanha salarial na manhã desta quarta-feira (26). O Sindicato é contra a proposta, que não recupera as perdas com a inflação e tampouco garante aumento real. A pauta de reivindicações dos trabalhadores cobra um reajuste baseado no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) medido na cidade do Rio, que alcançou 6,91% entre janeiro e dezembro do ano passado – o mais alto entre as capitais. Além da reposição das perdas, o Sindicato quer negociar um ganho real de 5%. Os trabalhadores vão avaliar a proposta completa em assembleia antes da próxima rodada de negociações, que ficou marcada para depois do carnaval.
Além do reajuste de 5%, inferior ao concedido ao salário mínimo este ano (6,74%), a contraproposta dos patrões não contempla o piso salarial, é tímida em relação às propostas para a segurança do jornalista e não fixa um valor de face para benefícios como tíquetes de alimentação e refeição, cujos custos sobem em ritmo galopante na cidade do Rio. O sindicato patronal refuta ainda o pagamento de um salário integral a mais por ano como participação de lucros e resultados e quer manter a fórmula escalonada do acordo passado, que prevê valores entre 20% (empresas com até 15 jornalistas) e 40% (com mais de 150 jornalistas) da remuneração.
Propostas como o início da contagem de horas de trabalho externas a partir do momento em que o profissional chegar ao local combinado, excluindo o tempo gasto no deslocamento, e ‘escalas de trabalho e prazos compensatórios especiais’ mostram intenções dos patrões de reduzir os direitos dos jornalistas. O Sindicato é contra tais medidas.