As empresas de radiodifusão voltaram a negar a possibilidade de conceder aumento real no salário dos jornalistas do Rio este ano. Na rodada de negociação da tarde desta quarta-feira (21/05), os patrões apresentaram novas propostas para piso salarial, tíquetes alimentação e refeição, auxílio-creche, abono e participação de lucros. Apesar de um pequeno aumento, elas são insuficientes.
A pauta apresentada pelos patrões será apreciada pela categoria na assembleia da campanha salarial marcada para esta quinta-feira (22/05) às 13h, no Colégio Divina Providência (Rua Lopes Quintas 274 – Jardim Botânico) e às 20h no auditório do Sindicato (Rua Evaristo da Veiga 17, 16º andar – Centro). A presença de todos os jornalistas é fundamental para seguirmos avançando na luta por mais direitos e qualidade de vida.
A proposta patronal de piso salarial passou de R$ 1.274 para R$ 1.400 nas jornadas de cinco horas diárias. No rádio, o valor subiu de R$ 1.132 para R$ 1.250. Nas jornadas de sete horas, os valores seriam de R$ 2.296 (televisão) e R$ 2.050 (rádio). O Sindicato defende R$ 4.927 para cinco horas diárias – valor calculado pelo Dieese a partir do custo do vida do jornalista na cidade do Rio hoje.
O valor de face dos tíquetes alimentação e refeição passou de R$ 200 para R$ 260 – o que daria R$ 13, valor muito aquém do cobrado em um Rio de Janeiro de preços surreais. A nossa pauta de reivindicações propõe ao menos R$ 20 no vale-refeição e R$ 700 no vale-alimentação.
Os patrões ofereceram reajuste de cerca de 17% no auxílio-creche, que passaria a valer R$ 300 mensais. Os pagamentos anuais relativos à participação de resultados e ao abono foram reajustado apenas na faixa de empresas com mais de 150 jornalistas: ambos corresponderiam a 40% do salário mensal, com mínimo de R$ 1.400 e máximo de R$ 6.000. Vale lembrar que, no segmento de radiodifusão, somente a TV Globo emprega mais de 150 jornalistas no Rio.
O Sindicato cobrou, mas os patrões ignoraram a inclusão do Código de Ética no acordo e a instalação de comissões de empregados nas redações. Seguiremos pressionando por essas cláusulas e pelo aumento de 11,47% (6,47% do IPCA medido na cidade do Rio mais 5% de aumento real). As empresas oferecem 5,26% relativos ao acumulado do INPC, que costuma ser o menor índice de inflação apurado no país.
Após demonstrar muita resistência, o sindicato patronal de jornais e revistas finalmente marcou nova rodada de negociação do segmento. Será no dia 30/05, às 11h. É preciso aumentar a pressão para que os patrões avançem bem mais em suas propostas.