Os depoimentos agendados para esta semana pela 88ª Delegacia de Polícia, em Barra do Piraí, podem ajudar a esclarecer o assassinato do jornalista Mario Randolfo Marques Lopes (foto) e da companheira dele, Maria Aparecida Guimarães, na madrugada de 9 de fevereiro. Passados 40 dias do crime, personalidades influentes de Vassouras, cidade onde o repórter atuava, serão ouvidas pelo delegado José Salomão de Omena.
“Pessoas importantes do município já foram intimadas. É preciso cruzar informações, juntar provas técnicas”, explica Omena. Mario Randolfo editava o Vassouras na Net, site onde publicava textos com acusações a políticos e magistrados da cidade. Segundo o delegado, estas matérias servem de pistas para a investigação. No início de março, após algumas representações, o inquérito foi encaminhado ao Ministério Público.
Mario Randolfo e Maria Aparecida foram sequestrados na casa dela, no Centro de Barra do Piraí, e assassinados numa estrada do município, no Sul do Estado do Rio. Em julho de 2011, ele havia sobrevivido a um atentado, no Centro de Vassouras.
Gelson Domingos
Enquanto isso, a investigação sobre o assassinato de outro jornalista, o repórter cinematográfico, Gelson Domingos, parece estar emperrada. Familiares e amigos não têm perspectivas da prisão do traficante que matou Gelson com um tiro de fuzil , no dia 6 de novembro do ano passado, na favela de Antares, Zona Oeste do Rio.
No início de fevereiro deste ano, o delegado responsável pela Divisão de Homicídios, Rivaldo Barbosa, garantiu ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro que a investigação e captura do assassino de Gelson eram prioridades. “Vamos concluir o inquérito em dez dias”, afirmou ele no dia 2 de fevereiro.
Tanto o Sindicato dos Jornalistas como familiares do repórter cinematográfico seguem em contato com a Delegacia de Homicídios e com a assessoria da Polícia Civil. Porém, até agora, não há resposta sobre o caso.
Paulo Roncaro
Já no Mato Grosso do Sul, a Polícia Civil do município de Ponta Porã informou, semana passada, ter ouvido 16 pessoas sobre a morte de Paulo Roncaro, jornalista executado em emboscada no dia 12 de fevereiro, no Centro da cidade. O crime, assim como no caso de Mario Randolfo, tem claras motivações políticas. A Polícia pediu prorrogação de 30 dias para concluir o inquérito.
Foto: Arquivo pessoal
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