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sábado, novembro 23, 2024
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Plataforma digital é opção da Acerp após EBC

No futuro da Associação de Comunicação Educativa Roquette-Pinto (Acerp), diante do fim de seu contrato com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em dezembro de 2013, pode estar a formação de um polo de tecnologia voltado para a produção audiovisual digital.
É por este cenário pelo qual passam os planos do diretor presidente da Acerp, Arnaldo César Jacob. Em reunião com comissão de funcionários e representantes do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio na última terça-feira, na sede da empresa, o executivo expôs o que já vem sendo feito para que se surfe na demanda por novas plataformas digitais.
“Há espaço dentro do sistema público de comunicação. Só que este espaço não é para a radiodifusão. A Acerp tem oportunidade de ser produtora do one-seg para a EBC”, projeta César. One-seg é o sinal de TV digital recebido gratuitamente em dispositivos móveis, como celulares e tablets. “Estudamos isso muito de perto. E este trabalho certamente vai absorver muitos jornalistas”, expõe o diretor.
Essa reunião entre a comissão de jornalistas que representa a redação da TV Brasil, o Sindicato e a diretoria da associação foi marcada diante da possibilidade de demissão em massa após o fim do contrato com a EBC, na virada de 2013 para 2014. O que se sabe é que o quadro de jornalistas vai ser enxugado. A dúvida é o tamanho dos cortes.
“A Acep mostrou que está buscando outras opções de serviços além da EBC”, diz a presidente do Sindicato dos Jornalistas, Suzana Blass. Além disso, destaca ela, ficou a garantia por parte da direção da empresa de que a Acerp tem caixa para pagar os direitos trabalhistas de todos os seus funcionários.
O próprio Arnaldo César afirmu que “não se terá uma nova Rede Manchete”, em alusão aos mais de mil profissionais que aguardam até hoje pagamento de salários e FGTS depois da falência da emissora de Adolpho Bloch, em 1999.
Qualificação
Diante das possibilidades, a direção da Acerp deixou duas alternativas aos seus jornalistas: buscar qualificação no segmento, inclusive com a ajuda financeira da própria Acerp, para seguir na empresa ou passar em concurso público da EBC, que garante o profissional na produção de conteúdo para veículos como a TV Brasil.
“Vamos passar por uma mudança no perfil institucional da Acerp. Não vai ser possível contemplar todo mundo”, expõe Arnaldo César, que elogiou a “postura propositiva” dos jornalistas em buscar soluções junto com a empresa.
Nessa mudança de perfil, entra o conteúdo estritamente digital. A empresa pode, segundo sua diretoria, virar um centro de pesquisa de tecnologia da informação, despontando como incubadora de empresas de conteúdo digital. Atualmente, a Acerp, além de conteúdo para a TV Brasil, produz aplicativos para a TV Escola, permitindo que esta emissora seja assistida via celular. O mesmo serviço foi oferecido à NBR (emissora do governo federal).
Porém, apesar disso, e conforme o próprio presidente da EBC, Nelson Breve, expôs aos profissionais em reunião no mês passado no auditório do Sindicato dos Jornalistas, não há garantia alguma da manutenção do quadro de funcionários da TV Brasil. E trabalhar com essa carga de dúvidas acaba prejudicando o rendimento de profissionais e fazendo com que muitos talentos procurem outras casas.
“E ainda neste momento de incertezas, os jornalistas são chamados a apresentar produtos novos, o nível de exigência cresce mais”, lembra o jornalista Clelmo Carvalho, diretor do Sindicato.

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