A Justiça finalmente localizou o arrematante do acervo fotográfico da Bloch Editores. Luiz Fernando Barbosa foi notificado da decisão do Ministério Público, que o proíbe de vender o material, no dia 30 de junho. Assim, após nove meses, termina um complicado capítulo da novela sobre a extinta empresa de Adolpho Bloch.
Em outubro do ano passado, após o Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio entrar com ação sobre o leilão do material pelo fato de a negociação não ter respeitado o direito autoral dos repórteres fotográficos, o Ministério Público decidiu pela antecipação de tutela, obrigando o comprador, que arrematou o arquivo por apenas R$ 300 mil, a manter as fotografias em local de conservação adequada.
Barbosa foi notificado pela Justiça em Miguel Pereira, no bairro de Barão de Javary. No material leiloado, além de cromos e negativos de revistas como Manchete e Fatos & Fotos, estão arquivos de jornais brasileiros e estrangeiros do setor de pesquisa da Bloch Editores, instalado no sétimo andar do histórico prédio da Rua do Russel.
“Tem muita coisa nesse acervo que nem está na internet”, destaca o presidente da Comissão de Ex-Funcionários da Bloch Editores, José Carlos Jesus. São periódicos históricos que documentam momentos importantes do País, como a morte de Getúlio Vargas e a gestão de Juscelino Kubitschek, além das fotografias que trazem o meio século de história noticiado pelas revistas.
Assembleia
Os assuntos da venda do material e a procura pelo comprador foram lembrados na assembleia de ex-funcionários da Bloch Editores, na última sexta-feira (29/6). O encontro também atualizou os profissionais que prestaram serviços à empresa, como jornalistas e gráficos por exemplo, sobre o andamento das ações em busca de seus direitos trabalhistas. Ao todo, são mais de 2 mil no aguardo de decisão judicial.
“Nós todos somos muito gratos às pessoas que vêm nos ajudando para conseguir os nossos direitos”, aponta José Carlos. Entre estas pessoas, o presidente da comissão de ex-funcionários citou a juíza da 5ª Vara Empresarial do Rio, Maria da Penha Nobre Mauro, o promotor público Paulo Cerqueira Chagas, o procurador-geral Luiz Roldão de Freitas Gomes Filho, e a síndica e o contador da massa falida, respectivamente Luciana Trindade da Silva e José Alkimin.
A próxima assembleia está marcada para 27 de julho.
Fotos: Ana Paula Migliari