Em mais uma reunião com representantes do Sindicato, nesta quarta-feira (12/12), a direção do jornal O Dia demonstrou intransigência e rejeitou duas propostas da entidade para os 12 jornalistas demitidos pela empresa: diminuição do número de parcelas (fixadas em dez) para o pagamento dos valores devidos aos trabalhadores e manutenção do plano de saúde pelo período de um ano. Assim, segundo o jornal, o plano de saúde terá validade até que os 12 jornalistas recebam a última das 10 parcelas da rescisão.
Em contrapartida, o jornal incluiu o plano odontológico entre os benefícios dos demitidos, e concordou em pagar as parcelas em valores iguais, mantendo a média salarial de cada jornalista nos últimos 12 meses. Os representantes de Recursos Humanos da empresa disseram ainda que pretendem pagar a primeira parcela no dia 18 de dezembro, caso as homologações se confirmem.
Durante a reunião, o Sindicato exigiu que a multa, em caso de atraso no pagamento das parcelas, seja de 2% ao dia ou de 10% ao mês – e não de 2% ao mês como pretende o jornal. Desta forma, a perda da empresa em caso de não cumprimento das rescisões seria mínima – uma tentação ao seu Departamento Financeiro. Nos próximos dias, a empresa vai responder sobre essa reivindicação.
*Atualização às 14h21 do dia 18 de dezembro de 2012: o jornal O Dia aceitou a proposta de multa de 10% ao mês em caso de atraso no pagamento dos profissionais demitidos.
As dispensas no periódico do grupo português Ongoing começaram no final de novembro, com a demissão de 70 empregados do setor administrativo. No dia 4 de dezembro, a “reestruturação” de O Dia chegou à redação – 12 dispensados, nove deles com mais de dez anos de casa.
Em reunião na segunda-feira (10/11) com representantes da empresa, o Sindicato propôs a diminuição no número de parcelas no pagamento das rescisões, depósitos com valores fixos e a extensão do plano de saúde pelo período de um ano, para os profissionais.
Na sexta-feira (7/12), os jornalistas demitidos que compareceram a encontro no auditório do Sindicato para definir a situação decidiram homologar, com ressalvas, as demissões. Apesar de as dispensas, da forma como foram executadas pelo O Dia, serem irregulares – devido ao parcelamento das indenizações –, estes trabalhadores optaram por fechar acordo para sacar o FGTS e receber o que lhes é devido.