O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro protocolou nesta quinta-feira (28/2) pedido de mesa-redonda junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), para denunciar graves irregularidades trabalhistas da Impala Brasil Editores. A empresa, que é de Portugal e tem sua sede brasileira em São Paulo, está há pelo menos dois meses sem pagar o salário dos cinco jornalistas – além de outros empregados – que atuam em sua redação carioca.
“Estamos à base de vale-transporte e tíquete-refeição apenas”, lamenta um dos profissionais. O fornecimento destes benefícios parece ser uma tática da Impala para fazer com que seus funcionários sigam comparecendo ao trabalho mesmo sem receber.
Em 2011, quando a agência de notícias também atrasou salários, a situação foi levada ao Ministério Público do Trabalho. Porém, a Procuradoria arquivou o processo. Agora, um novo inquérito deve ser aberto diante de nova denúncia.
“Parece que eles não querem respeitar as leis do Brasil”, comenta um dos empregados. De fato, a julgar pela forma como conduz a situação, a Impala desrespeita completamente os direitos de seus trabalhadores, em todas as categorias.
Em Portugal, a empresa fechou, em janeiro do ano passado, quatro publicações diante da crise econômica europeia – o que resultou em 70 demissões de repórteres, diagramadores e revisores, entre outros cargos. O problema chegou ao Brasil já que, segundo relatos de funcionários, o pagamento vem de terras lusitanas para São Paulo e, posteriormente, após ser convertido para real, é remetido ao Rio de Janeiro.
Por aqui, até mesmo o depósito do FGTS de alguns trabalhadores está em atraso. Uma falta de respeito às leis brasileiras por parte de Jacques Rodrigues, proprietário da empresa junto com sua família, que em Portugal comanda revistas voltadas à programação de televisão. Rodrigues ainda gerencia a Euroimpala, braço espanhol do conglomerado.
O Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio entrou em contato com o Sindicato em Lisboa para atuar conjuntamente no caso.
Já a gerência da empresa em São Paulo, cobrada pelo Sindicato dos Jornalistas, informou que o pagamento será feito na primeira semana de março. E tentou explicar os atrasos falando de “dificuldades” financeiras.
Dificuldades muito maiores têm sido vividas diariamente pelos jornalistas da agência Impala, que vai ter que se explicar e propor soluções durante a mesa-redonda do Ministério do Trabalho.