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terça-feira, novembro 26, 2024
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Documentário sobre Joel Silveira leva emoção ao Sindicato

Diante de uma plateia atenta, a “Víbora” ressurgiu no auditório do Sindicato dos Jornalistas e disse a que veio. Em alguns momentos fez rir, com suas tiradas ferinas. Em outros, emocionou a todos, como ao descrever sua chegada a Nápoles, a bordo de um navio, para iniciar o trabalho que mais marcou sua carreira e sua própria vida: a cobertura da Segunda Guerra Mundial, como correspondente dos Diários Associados.
“Garrafas ao Mar: a Víbora Manda Lembranças” resume os 20 anos de amizade entre o jornalista Geneton Moraes Neto, diretor do documentário, e o repórter sergipano Joel Silveira, apelidado de “Víbora” por Assis Chateaubriand, dono dos Diários Associados. A amizade durou até o falecimento de Joel, aos 88 anos, em agosto de 2007.
O documentário, exibido no auditório do Sindicato na terça-feira 9/4, tem uma hora e 20 minutos, mas parece durar bem menos. Geneton fez o trabalho originalmente para a Globo News, onde trabalha. As cenas finais são emocionantes, com a câmera do diretor percorrendo o apartamento onde Joel morou, em Copacabana, já vazio, após sua morte. O mesmo apartamento freqüentado por Geneton durante tantos anos e onde ele fez as entrevistas com o amigo.
Após o documentário houve um debate com a participação de Geneton e Arthur Dapieve, colunista de O Globo e professor de jornalismo na PUC-Rio. O principal tema da conversa com a platéia foi a mudança radical do tipo de texto da época de jornalistas como Joel Silveira, Rubem Braga e Nelson Rodrigues para os tempos atuais.
Na platéia, um estudante que veio de longe, atraído pelo documentário. Ricardo Alexandre Almeida Santos mora em São Leopoldo, Rio Grande do Sul. Formando em jornalismo, está fazendo um trabalho de conclusão de curso sobre a atuação de Joel Silveira como correspondente da Segunda Guerra Mundial. “Precisava vir ao Rio para resolver algumas coisas, e ao saber da exibição do documentário aproveitei para estar aqui nessa data” – disse Ricardo.
Na próxima terça-feira (16/4) outro documentário de Geneton será apresentado no Sindicato, também às 19 horas. “Canções do Exílio – a Labareda que Lambeu Tudo” relembra o período em que Gilberto Gil e Caetano Veloso viveram exilados em Londres, após terem sido presos no Rio de Janeiro, durante a ditadura militar, em 1968. Em seguida haverá debate com Geneton e o jornalista Cid Benjamin, que participou da guerrilha contra a ditadura e passou nove anos exilado. A entrada é franca.

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