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quarta-feira, novembro 27, 2024
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Enquanto isso, o bolso dos doutores só faz engordar

O montante de US$ 1,1 bilhão, com crescimento de 5,7%, deixou a Rede Globo na oitava posição entre as empresas mais lucrativas no Brasil em 2012. Os dados do ranking Melhores & Maiores, da revista Exame, mostram o quanto diversas empresas de comunicação, como a da família Marinho, lucram ao mesmo tempo em que lamentam baixo crescimento para achatar salários de seus jornalistas e de outros profissionais.
Na comparação dos lucros do ano passado, a emissora sediada no Jardim Botânico chega à frente de gigantes de diferentes segmentos: Transpetro, Pão de Açúcar, Votorantim Cimentos e Souza Cruz, por exemplo. No topo do ranking estão Petrobras, Ambev, Vivo e Vale.
O confronto entre renda e prática trabalhista das empresas de comunicação no Brasil mostra que as dispensas e a barganha por salários com o mínimo de reajuste nas mesas de negociação objetivam apenas um lucro ainda maior – e não passam por motivos de queda de circulação e anunciantes, como alegam os empresários.
Na lista das mais lucrativas empresas de comunicações do Brasil no ano passado, ainda pelo divulgado na Exame, aparecem, depois da Vênus Platinada, o grupo Rede Brasil Sul (RBS), afiliada da Globo no Sul do País, e o carioca Infoglobo, que edita os jornais Extra, O Globo e Expresso.
Para se ter uma ideia, a empresa gaúcha demitiu, no Rio Grande do Sul, de janeiro de 2011 a fevereiro de 2012, 120 jornalistas a conta gotas, lembra o Sindicato dos Jornalistas do RS. E, em Santa Catarina, onde a RBS também controla o mercado de comunicação, 43 jornalistas foram dispensados no ano passado – período em que seu lucro em caixa foi de US$ 44,3 milhões. Neste ano, foram mais 14 dispensa até março, apontam os dados do Sindicato catarinense.
Já o Infoglobo, firma que detém o maior lucro no que diz respeito apenas a veículos impressos, dispensou 22 jornalistas em 2012 no Rio de Janeiro – justamente no ano em que sua rentabilidade foi de 15,9% e o faturamento de US$ 41,5 milhões. Nas negociações salariais, neste ano, o Infoglobo foi o responsável por protelar ao máximo a assinatura do acordo coletivo – durante cinco meses – pois queria tirar um dos abonos salariais pagos a seus empregados. Os jornalistas cariocas disseram não.
Confira a seguir o ranking das empresas de comunicações no Brasil levando em consideração o lucro de 2012 (em US$ milhões):
Globo – 1.102,3
RBS – 44,3
Infoglobo – 41,5
Editora Saraiva – 24,0
Ática – 22,5
SBT – 14,5
Abril – 9,5
FTD – 8,3
Zero Hora – 7,2
Correio Braziliense – 1,4
Fonte da tabela: Melhores & Maiores, revista Exame.
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