Realizado no Rio de Janeiro, entre os dias 22 e 25 de agosto, o XIX Encontro Nacional de Jornalistas em Assessoria de Imprensa (ENJAI), reuniu mais de 250 profissionais, no Rio’s Presidente Hotel, e aprovou a Carta do Rio estabelecendo prioridades como a luta pela aprovação imediata pela Câmara dos Deputados da emenda constitucional que restabelece a obrigatoriedade do diploma para o exercício do Jornalismo. Outra resolução é a necessidade de criação do Conselho Federal de Jornalistas (CFJ), que garantirá aos jornalistas o pleno controle de sua profissão, que é um anseio da categoria. Como tema central do ENJAI este ano: “Assessoria de Imprensa nos Grandes Eventos e o Interesse Público do Jornalismo”. Na noite do dia 24 de agosto, após a discussão e aprovação do documento pelos delegados, foi empossada a nova diretoria da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e da Comissão Nacional de Ética. Em seu pronunciamento,o presidente reeleito da FENAJ,Celso Schröder, que faz parte da executiva mundial da Federação Internacional dos Jornalistas, pediu a unidade em torno desses temas:” A mais central e incisiva é a luta pela volta do diploma dos jornalistas como requisito de acesso à profissão. E também a luta por um piso salarial nacional é a melhor forma de combate à precarização nas relações de trabalho que condena milhares de jornalistas a uma vida que não condiz com a importância e relevância social da profissão”, afirmou. A jornalista Beth Costa, Secretária Executiva da Federação Internacional dos Jornalistas e eleita para a Comissão de Ética da FENAJ ressaltou, em seu discurso, a importância da representatividade da federação tem assumido a nível internacional. Foi aprovado, ainda, por unanimidade a realização do próximo ENJAI no Estado do Ceará em 2015.
Carta do Rio de Janeiro
Nós jornalistas em assessoria de imprensa reunidos na cidade do Rio de Janeiro, de 22 a 25 de agosto de 2013, durante o XIX ENJAI, reafirmamos o compromisso da profissão de que a assessoria de imprensa é uma atividade essencialmente jornalística e, portanto, sujeita aos princípios teóricos, técnicos e éticos que regem a profissão. Como jornalistas que somos, defendemos a dimensão pública da profissão.
Qualquer que seja o campo que compreende a atuação das assessorias de imprensa, o que deve imperar é o interesse público da informação, pois a nós profissionais cabe a tarefa de exercer o papel de mediadores sociais. Como profissão essencial à democracia, o Jornalismo e os jornalistas não abrem mão dessa prerrogativa.
Nesse sentido, assistimos e participamos do clamor das ruas. Contudo, não podemos conceber o fato de profissionais serem agredidos no exercício da profissão, pois, como trabalhadores, nossa missão é a de levar à sociedade uma informação de qualidade, com a correta apuração dos fatos.
Para o pleno exercício de nossa profissão, cerramos fileira com a Federação Nacional dos Jornalistas e exigimos que a Câmara dos Deputados aprove imediatamente a proposta de emenda constitucional que restabelece a obrigatoriedade do diploma para o exercício do Jornalismo. Igualmente, necessário se faz a criação do Conselho Federal de Jornalistas (CFJ), que garantirá aos jornalistas o pleno controle de sua profissão, como é o anseio de 73% da categoria, manifestado na pesquisa O Perfil do Jornalista Brasileiro.
Por fim, reafirmamos a posição da Federação Nacional dos Jornalistas e dos Sindicatos a ela filiados, de lutar incessantemente contra a precarização das relações de trabalho, que também atinge as assessorias de imprensa, públicas e privadas, e que passa pelo cumprimento da jornada de 5 horas de trabalho, pelo pagamento de salários dignos e pelo combate a todo tipo de assédio e do acúmulo de função.
Foto: Thiago Rosa