Sindicato dos Jornalistas

quinta-feira, novembro 28, 2024
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Um protesto solidário

Por causa da tristeza e da fumaça das dezenas de bombas de gás lacrimogêneo estouradas tarde afora, os olhos ardem na sala do 17º andar do prédio da Evaristo da Veiga, onde funciona a sede do Sindicato dos Jornalistas do Rio. Ouve-se bem alto o barulho dos helicópteros que sobrevoam há horas a Praça Mahatma Gandhi. Volta e meia, mais um estrondo. De vez em quando, corremos todos à varanda. As bombas caem de toda parte. Até das torres do Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara Municipal. A base governista ali se encastelou, protegida pelas armas do Estado, nesta tarde de 1º de outubro, votou e aprovou um remendado plano municipal de educação. Os professores, em greve há mais de 50 dias, protestaram, reivindicaram diálogo, ocuparam e foram expulsos da Câmara. Prevaleceu o uso da força estatal. Só assim o povo foi expulso da praça, embora a praça seja do povo. Os jornalistas também enfrentaram cerceamento ao seu trabalho na cobertura da manifestação. Perdeu assim a democracia. Perdemos todos nós. Para simbolizar o nosso protesto solidário contra toda essa violência do Estado contra a categoria dos professores e contra o direito humano à livre manifestação, estendemos na amurada da nossa varanda do 17º andar do Edifício dos Barbonos uma bandeira do Brasil junto de uma faixa negra, de luto.

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