Os jornalistas e radialistas da EBC decidiram nesta quinta-feira (14) manter a greve em busca de reajuste salarial, mais direitos e melhores condições de trabalho. Após uma passeata que percorreu diversas ruas do Centro do Rio, os grevistas, a maioria vestida de azul, se reuniu no auditório do Sindipetro para discutir os próximos passos da mobilização, que completou uma semana hoje.
Apesar da intransigência da empresa em negociar, o movimento dos trabalhadores angaria apoios importantes, como o de cinco integrantes do Conselho Curador da EBC, para quem a empresa deveria se orgulhar da pauta de reivindicações – que pede não somente direitos, mas também uma comunicação pública de qualidade. Os deputados Chico Alencar, Jean Wyllys, Ivan Valente, todos do PSOL, Erika Kokay e Padre Tom, do PT, também declararam apoio à greve e prometeram interceder junto ao Ministério do Planejamento em favor dos funcionários da EBC. A paralisação também conta com a solidariedade dos vereadores do Rio Reimont (PT) e Renato Cinco (PSOL), dos deputados paulistas Leci Brandão (PCdoB) e Adriano Diogo (PT) e de MST, FUP, FNP, Senge-RJ, Barão de Itararé, Associação Mundial de Rádios Comunitárias, DCE Mário Prata UFRJ, CUT e Conlutas, além de jornalistas, como Leonardo Sakamotto.
Com tantos apoios, os trabalhadores entendem que a empresa poderia voltar à mesa de negociações, descartando a possibilidade de uma ação de dissídio na Justiça do Trabalho, possibilidade que rondou as últimas assembleias. Como os sindicatos não foram notificados dessa decisão, as mobilizações continuam.
Os trabalhadores pedem reajuste com ganho real de 2,7% divididos em dois anos – 1,8% já em 2013 e 0,9% no final de 2014 – , a manutenção de cláusulas que foram vetadas pelo Dest, departamento do Ministério do Planejamento, aumento de 10,27% no auxílio-alimentação, dois tíquetes extras por ano, fim das punições administrativas a colegas do Rio, não cortar o ponto, mudança da data-base para maio em acordo de um ano e meio e cláusulas sociais, como horas extras, adicional de titularidade, ocupação de cargos de chefia por empregados, acúmulo e desvio de função, melhor comportamento ético e moral, criação de uma comissão de empregados, proteção à cobertura de áreas de risco, licença maternidade e transporte.