A assembleia nacional dos trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação vêm à público denunciar a prática de censura interna nos veículos da empresa.
Temos enfrentado, de forma cotidiana e generalizada, ingerência no trabalho jornalístico. Um exemplo simbólico foi no dia 15 de março, dia nacional de paralisações contra a reforma da previdência e trabalhista, no qual, diferente da tradição estabelecida dentro da EBC, os jornalistas receberam a ordem de focar sua cobertura nas consequências no trânsito. É a linha adotada na cobertura de outras manifestações dos movimentos sociais, e limita o direito à informação do cidadão brasileiro.
A nova prática de censura dentro da EBC envolve o assédio à jornalistas, proibição aos cinegrafistas e editores de imagem de usar determinadas imagens, e chegou a envolver demissão. São vários os casos denunciados à Comissão de Empregados e aos Sindicatos nos últimos meses.
Sabemos que tudo isso tem um motivo político principal, o de impedir a cobertura de manifestações da sociedade contrárias ao governo, dessa forma desrespeitando a própria razão de ser da EBC, expressa na sua criação, com o princípio de “autonomia em relação ao Governo Federal para definir produção, programação e distribuição de conteúdo no sistema público de radiodifusão”. E tem relação com a MP do Governo Temer que retirou dispositivos que garantiam esta autonomia.
Nesta assembleia em que os trabalhadores reafirmam sua posição contrária à retirada de direitos por parte do governo federal, o indicativo de participação na Greve Geral, também vimos a público dizer que temos a disposição de enfrentar a censura dentro da EBC e exercer plenamente a liberdade de imprensa dentro da comunicação pública.