Pejotização é tema de debate e lançamento de livro no Sindicato

O professor André Luis de Carvalho, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), estará na sede do Sindicato dos Jornalistas do Rio no dia 11 de outubro (sexta-feira), às 19h, para lançar o livro “Pejotização – A empresa individual como força de trabalho”.
Trata-se, como diz o professor, de tema de interesse dos jornalistas profissionais no âmbito de suas relações de trabalho. O assunto também é importante para os estudantes de Jornalismo.
O evento contará com palestra do professor, debate com o público presente e venda do livro a R$60,00, em dinheiro, ou R$65,00, em até 3 vezes no cartão de crédito.
Sobre a obra
A pejotização é prática que vem sendo cada vez mais adotada pelo setor produtivo, como forma de alocação da força de trabalho. Na obra, pretende-se revelar, descrever e analisar elementos peculiares desse fenômeno que o caracterizam ambíguo e controverso: um trabalhador transfigurado em empresa, concomitantemente, uma empresa personificada no trabalhador. Sem dúvida, uma leitura esclarecedora e fundamental para acadêmicos de diversas áreas, profissionais, estudantes e interessados nos rumos do trabalho.
Sinopse do Livro
O livro lança luzes sobre um tipo de relação laboral que avança progressivamente como estratégia de composição da força de trabalho nas empresas: trata-se da pejotização, um neologismo que se refere à contratação de trabalhadores sob a forma de pessoa jurídica (empresa individual), numa controversa condição de empresa para empresa.
O conteúdo foi dividido em seis capítulos e conta com um sólido embasamento teórico, constituído de conceitos e debates pertinentes ao tema.
O texto parte do histórico do assalariamento (global e nacional), ressaltando desde o seu projeto de ascensão até a constatação de sua insuficiência. Traz ainda um debate acerca das reconfigurações das (in)formalidades e um olhar que propõe reflexões sobre o fenômeno do empreendedorismo, sobretudo sob a instituição do microempreendedorismo individual (MEI). Assim, de acordo com o autor, o tripé desassalariamento, informalidades e empreendedorismo fundamentam o avanço da pejotização como mecanismo explorado por contratantes e (muitas vezes) aquiescido por contratados envoltos das condições estruturais do mundo do trabalho contemporâneo.
Além do conteúdo teórico, a obra é composta de estudos de campo reveladores. Apresentam-se pesquisas a partir de dados estatísticos da constituição da empresa individual, da prevalência nas manifestações do judiciário (TST) e, finalmente, da voz dos agentes desse processo, a fim de buscar em suas narrativas as próprias interpretações sobre a condição de ser trabalhador-empresa, permitindo-lhes, em certa dose, traduzir suas dores e reveses, mas também seus anseios, crenças e glórias nessa emergente (mas já bastante substanciada) condição de inserção produtiva.
Enfim, esse conjunto de estudos mostra-se pertinente a todo trabalhador pejotizado e aqueles que consideram a possibilidade de estabelecer empresa individual.
Dado seu caráter multidisciplinar e escassez editorial, espera-se que a obra ocupe uma lacuna significativa nas questões ligadas às relações contratuais de trabalho, contribuindo para diversas áreas do conhecimento, como a Sociologia do Trabalho e demais campos de estudos, tais como Administração, Comunicação, Direito, Recursos Humanos, Serviço Social, entre outros.
O autor
André Carvalho é administrador, especialista em Gestão de Pessoas, mestre em Administração e Doutor em Sociologia (área de Sociologia do Trabalho) pelo IESP-Uerj (2017). Na sua trajetória profissional constam trabalhos em empresas privadas de grande porte, realização de consultorias, participação em programas de treinamentos gerenciais e palestras sobre práticas emergentes e rumos da Gestão de Pessoas e das Relações de Trabalho. Atuou em diversas instituições de ensino superior, em cursos de graduação e de pós-graduação e, desde 2008, é pesquisador e professor lotado no DCAd/ICSA/UFRRJ.
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro (SJPMRJ) – Rua Evaristo da Veiga 16, 17º andar, Cinelândia, Centro do Rio.