Jornalistas que trabalham muito, ganham pouco e, de forma crescente, são contratados em regimes de trabalho precários, como pessoas jurídicas e freelancers. Durante a pandemia de Covid-19, ainda tiveram que arcar com custos do home office.
Estas foram algumas das realidades apontadas pela Pesquisa das Condições de Trabalho e Salário dos Jornalistas do Rio 2021/2022, realizada pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro no início de mês de novembro.
Campanha Salarial 2021/2022
A pesquisa também consultou a categoria com vistas à construção da Pauta de Reivindicações a ser apresentada pelo SJPMRJ ao patronato até o fim de novembro, marcando o início da Campanha Salarial 2021/2022.
A consulta foi aberta a todos(as) os(as) jornalistas, sindicalizados ou não, das empresas de rádio e TV e das que editam jornais e revistas na cidade do Rio de Janeiro. Tivemos 45 respondentes.
As principais reivindicações da categoria entre as cláusulas econômicas (remuneração) foi o Reajuste salarial de 100% da inflação (muito importante para 84,4% dos respondentes), seguido por Garantia de emprego (73,3%).
A Participação nos Lucros e Resultados, a Regularização do Banco de Horas e a Estabilidade no emprego foram consideradas muito importantes para 68,9% dos consultados.
Entre os benefícios, o Plano de Saúde é considerado a prioridade para os jornalistas, sendo muito importante para 86,7%. Em seguida, 80% consideram que o Vale-Refeição e o Auxílio-Creche devem ser reajustados a 100% da inflação.
Já 73,3% dos jornalistas que responderam à pesquisa consideram muito importante que as empresas criem Normas de segurança sanitáriaeNormas de segurança e proteção a ataques físicos e virtuais.
Destaques da Pesquisa
A seguir, alguns resultados da Pesquisa das Condições de Trabalho e Salário dos Jornalistas do Rio 2021/2022:
Representação por tipo de veículo em que trabalham:
Jornada de trabalho:
A grande maioria dos jornalistas que responderam trabalha em regime de CLT, mas já está próxima de 30% a fatia dos que trabalham em regimes precários, como PJ, Freelancer ou em contratos Terceirizados/Temporários.
As respostas sobre a faixa salarial também revelam que as empresas jornalísticas remuneram mal a categoria, e muitas vezes pelo piso salarial (Rádio: $1.897,15 – TV: $2.111.52 – Jornal/Revista R$2.128,00)
Covid-19
Durante a pandemia, a grande maioria relata ter havido demissões onde trabalha:
E 22,2% tiveram redução de salário e jornada com base na Medida Provisória 936/2020.
42,2% continuam em trabalho remoto, 22,2% já voltaram ao presencial e 15,6% nunca trabalharam remotamente.
Um quinto dos respondentes relata que as empresas onde trabalham não fornecem equipamentos de proteção nem fez adequações na redação. E 40% não sabem se há reembolso pelo plano de saúde ou pela empresa de testes de Covid-19.
Para 33,3%, o trabalho remoto beneficia o jornalista, pois este economiza tempo de deslocamento. Porém, 26,7% apontam que só a empresa ganha e o trabalhador é ainda mais explorado. Realidade evidenciada pela baixíssima participação das empresas nos custos com internet e energia nos escritórios em casa, como mostrado no gráfico abaixo.