A expectativa dos jornalistas com relação a uma negociação ágil visando o fechamento de acordo à Convenção Coletiva de Trabalho 2025/2026 da categoria foi frustrada com um balde de água fria por parte do sindicato patronal e dos representantes das empresas na primeira rodada de negociação. A reunião foi realizada nesta terça-feira (21/1) e teve um caráter meramente burocrático, com patrões limitando-se a se comprometer o envio do Acordo Preliminar no sentido de garantir juridicamente a data-base da convenção e de uma agenda para as próximas rodadas.
Com o envio da Pauta de Reivindicações no dia 6 de dezembro, esperava-se alguma sinalização de forma mais concreta por parte dos representantes das empresas na análise das demandas apresentadas pela categoria – afinal, prazo houve de sobra. Entretanto, a impressão que ficou é que não há pressa por parte do patronato, o que ficou claro com argumento apresentado de que “com o andamento das negociações poderemos chegar a uma pauta mais plausível para as empresas, pois há alguns itens que elas dificilmente absorverão”.
O fato é que a ambiguidade foi a marca dos representantes das empresas de comunicação durante a reunião. Uma pauta mais plausível em que sentido? O que é reivindicado pelos jornalistas é plenamente justificado, tanto no reajuste salarial e recomposição das perdas dos últimos anos como nas cláusulas sociais.
Da mesma forma, o argumento apresentado quanto à incerteza da conjuntura econômica em 2025 não se justifica para uma negociação arrastada. Levantamento do Dieese revela que os principais dados econômicos indicam que a economia brasileira permanece na trajetória de recuperação iniciada em 2023. De acordo com o levantamento da entidade, há projeção de um crescimento do PIB superior a 3% para o ano de 2024, com a taxa de desemprego em queda, atingindo uma baixa histórica. Também há continuidade no crescimento da renda e constante melhoria no desempenho das negociações coletivas.
Com relação às empresas de comunicação, o quadro também é positivo. Resultados econômico-financeiros das principais empresas do setor em 2023 confirmam a tendência de recuperação registrada em 2022. Todas apresentaram ao fim do exercício financeiro um lucro líquido considerável.
O SJPMRJ aguarda o mais breve possível o envio do calendário das próximas rodadas de negociação – com pelo menos uma de forma presencial.
Negociação, já!
