O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro faz 90 anos em 2025, mais precisamente no dia 13 de fevereiro, esta quinta-feira – data inclusive na qual será apresentada a nova logo da nossa entidade. Uma trajetória marcada em defesa do Estado Democrático de Direito e luta pela democratização da comunicação. E para abrir o calendário de comemorações previstas no decorrer do ano, o SJPMRJ promove no dia 19 de fevereiro, das 16 às 19 horas, no auditório João Saldanha, uma Roda de Conversa com jornalistas que sofreram as mais diversas violências, tanto físicas como profissionais, e sobreviveram à ditadura militar (foto: Arquivo Nacional)
O início das comemorações dos 90 anos do SJPMRJ, com relatos de jornalistas que viveram esse período histórico, no qual a prática do jornalismo esteve sob coerção ideológica (censuras oficial e empresarial) e tentativas de resistência em favor da liberdade de expressão, é icônico na atualização da memória coletiva do país.
A perseguição à imprensa, aos jornais, grandes e pequenos, e seus jornalistas foi uma tônica durante o período de repressão de 1964 a 1965. A censura, por exemplo, esteve presente em múltiplas formas, como a lei da imprensa de 1967, a censura prévia, em 1970, além da autocensura. Centenas de jornalistas foram perseguidos, presos e torturados, muitos deles assassinados – Vladimir Herzog, o mais conhecido deles, pelo regime militar nos tenebrosos porões da ditadura. Em muitos casos as prisões aconteceram sem uma denúncia formal.
O papel dos jornalistas na resistência ao regime foi essencial para a redemocratização do país. Essa resistência, junto a outros setores da sociedade civil organizada, seguramente impediu que o período ditatorial fosse ainda maior. A imprensa alternativa, por exemplo, foi um espaço importante na crítica ao regime militar. Através dela, vários jornalistas puderam fazer, por meio do humor, da análise política ou da informação, denúncias – num papel fundamental de oposição e resistência à ditadura no Brasil.
Presos, mortos, perseguidos, na clandestinidade, ou no anonimato, encoberto por pseudônimos, os jornalistas sempre estiveram na trincheira de luta por um país mais justo. Muitas vezes a um custo que significou a própria vida.
Dessa forma, o SJPMRJ não poderia iniciar a comemoração dos seus 90 anos de vida sem o testemunho de quem é parte integrante desse período da história do Brasil e protagonista na luta pelo direito dos brasileiros à informação ampla, geral e irrestrita: os jornalistas.
Participe dessa Roda de Conversa e faça, você também, história.