Sindicato dos Jornalistas

segunda-feira, março 31, 2025
InícioDestaqueCCT 2025: jornalistas na luta por um reajuste salarial digno

CCT 2025: jornalistas na luta por um reajuste salarial digno

O Ato realizado na manhã dessa quinta-feira, 27/3, reuniu dezenas de jornalistas na porta da TV Globo. A categoria não aceita propostas rebaixadas, que contemplam meramente a inflação do período, ignorando as perdas salariais acumuladas.
O Ato de hoje foi só o primeiro!

Confira abaixo nosso manifesto no ato de hoje na TV Globo

CAMPANHA SALARIAL/2025 – SEM AUMENTO REAl NÃO DÁ!

O chororô é o de sempre. O quadro econômico é de incerteza, de instabilidade, a alta da taxa de juros etc, etc. E por aí vai o rosário de lamentações dos donos das empresas de comunicação que se negam de forma sistemática, a cada campanha salarial, a valorizar o seu principal ativo: os jornalistas.

O fato é que as razões apregoadas para justificar o descaso com os jornalistas não têm base diante do quadro econômico do país e do setor de comunicação, de acordo com o respeitado Dieese – Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, que sinaliza exatamente ao contrário. Os principais dados econômicos indicam que a economia brasileira permanece na trajetória de recuperação iniciada em 2023, com a projeção de um crescimento do PIB superior a 3% para o ano.

O levantamento “Jornalistas do MRJ – Subsídios às negociações coletivas”, realizado pelo Dieese, no qual aborda a situação das empresas de comunicação, revela que os resultados econômico-financeiros das principais empresas do setor em 2023 confirmam a tendência de recuperação registrada em 2022. O grupo Globo, por exemplo, apresenta resultados robustos em 2024, fortalecendo sua capacidade de geração de caixa.

A tendência de recuperação financeira da empresa pode ser expressa pelos resultados consolidados de 2022 e 2023 – lucro de R$ 1,3 bilhão e R$ 838 milhões em 2022 e 2023, respectivamente. A emissora registrou lucro operacional, revertendo dois anos de resultados negativos. Para alcançar esse lucro, a Globo implementou um processo de saneamento financeiro e operacional, que incluiu cortes de despesas e demissões significativas.

A situação das demais empresas, como SBT e Record, não é diferente. Em maior ou menor grau todas seguem a tendência de recuperação com lucros líquidos consistentes. Ou seja, a saúde financeira das empresas vai muito bem, obrigado.

Então, diante de um quadro como este, qual o motivo para que as empresas neguem as reivindicações dos trabalhadores na mesa de negociação? Por que, por exemplo, negar o aumento real, item decisivo para a recomposição de perdas salariais dos jornalistas nos últimos anos e que chegam (pasmem!) a casa dos 12%? Por que não valorizar o vale-alimentação, item importantíssimo para o jornalista na sua rotina de trabalho, sempre no corre-corre da rua?

A última proposta dos patrões, enviada na terça-feira, dia 25/3, ao SJPMRJ, é um exemplo da visão distorcida do trabalho do jornalista; melhoram o reajuste no piso: 4,30% (antes 4,17%); o abono: 10% (antes 8,34%); o reajuste auxílio alimentação: 5% (antes 4,50%); mas reduzem reajuste dos salários (antes todas as faixas salariais eram reajustadas em 4,17%), 4%.  Agora só querem dar o acumulado da inflação (4,17%) para quem recebe até R$ 5.134,88 (TV) e R$ 4.613,57 (rádio). Acima disso, apenas 4/%. Um retrocesso. O Sindicato entende que não há diferenciação e que o índice deve ser aplicado a todos os trabalhadores.

A postura dos jornalistas têm sido até aqui a busca pelo entendimento para que se chegue o mais rápido possível a um acordo. Entretanto, há que se estabelecer um limite entre o diálogo e a sua desvalorização, enquanto trabalhador, por parte das empresas. É graças ao seu trabalho que as empresas obtêm seus lucros e geram valorização da sua imagem no mercado.

Os trabalhadores não se curvarão diante da ganância e do descaso patronal!
Juntos somos mais fortes!

Fotos: Nando Reis

Mais notícias