Caro Ascânio (*),
De fato tudo que é imposto não costuma deixar saudades pois, como próprio nome diz, é algo obrigatório e que tira de nós a possibilidade de escolha. Entretanto, as entidades sindicais vão necessitar da colaboração de seus associados para continuarem suas lutas pelas categorias que representam.
No nosso ponto de vista, Sindicato é lugar de se fazer política sim, mas não a partidária, e sim a política de valorização profissional da classe, a de brigar pelos direitos do trabalhador. E isso, claro, não interessa aos patrões.
A nossa diretoria, que foi eleita para o mandato até 2019, está plenamente comprometida com a luta por melhores condições de trabalho e de salários, em que pese as transformações pelas quais passa a profissão. Aliás, profissão que deixou de ser reconhecida por uma decisão do STF, em 2009. Decisão amplamente comemorada pelo patronato, que viu ali uma brecha para enfraquecer os jornalistas profissionais e ditar novas regras para o mercado.
Apesar de encontrar forte resistência, a atual diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro fez seu papel e, com a aquiescência da classe, conseguimos
êxito nas mesas de negociação salarial, o que gerou ganhos financeiros e outros benefícios para os jornalistas, que estavam há 2 anos com salários “congelados”, devido ao impasse entre o representante patronal e a diretoria anterior.
Essa situação, aliada a outros gastos, provocada pela diretoria anterior, levou nosso Sindicato a um déficit de mais de R$ 400 mil. Situação que se agravou com a reforma trabalhista e o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical, mais um golpe contra os profissionais de imprensa, que já sentiam “na carne” o desmanche iniciado em 2009 e que resultou na perda do poder aquisitivo dos jornalistas e as demissões em massa.
Na atual crise econômica vivida pelo nosso Sindicato, continuamos acreditando que só a participação de todos poderá retomar a força da categoria e a vitória dos próprios trabalhadores, penalizados por atos que parecem conjugar para um objetivo único: a comunicação parcial, essa sim partidária e em comunhão com os interesses das lideranças.
Jornalistas, desistir não faz parte de nossa pauta!