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terça-feira, novembro 26, 2024
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Jornalistas de jornais e revistas perguntam: cadê o meu dinheiro?

Campanha Salarial 2018 – Rádio e TV / Jornal e Revista
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro vem cobrando do Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Município do Rio de Janeiro uma resposta as reivindicações dos jornalistas. Fernando Gimenes, presidente do sindicato patronal, diz aguardar a resposta dos associados. Até quando? – perguntam os jornalistas.
A data base de reajuste dos jornalistas do município do Rio de Janeiro é fevereiro. Até agora só aconteceram duas rodadas de negociação: em março e agosto.
A Pauta de Reivindicações foi entregue ao sindicato patronal em dezembro. Mas a 1ª rodada só aconteceu em 1° de março, no Espaço Pax, depois de muita cobrança do SJPMRJ. Cinco meses depois, no dia 16 de agosto, aconteceu a segunda rodada, quando o presidente do sindicato, Fernando Gimenes, apresentou uma contraproposta que foi imediatamente rejeitada pela diretoria do Sindicato dos Jornalistas. Ao final da reunião Gimenes se comprometeu a levar para o patronato a reivindicação dos jornalistas de uma proposta digna.
Indefensável
A diretoria SJPMRJ considerou a proposta apresentada pelo patronato indefensável junto aos jornalistas. Argumentou que os jornalistas de impresso estão pagando uma conta muito alta pela má gestão das empresas e que isso não significa manutenção dos empregos. São muitas as demissões, empresas com pedido de recuperação judicial, entre outros fatos. O que foi oferecido pelo patronato nesta 2ª rodada de negociação aos trabalhadores do segmento, por exemplo, está muito aquém da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT-2018) dos jornalistas de rádio e TV. reajuste salarial foi de 3% a partir de 1° de fevereiro de 2018 e reajuste de 5,5% do Salário Normativo (Piso Salarial): TV – R$ 1.900,00 e Rádio – R$ 1.709,10.
A proposta das empresas de jornais e revistas é de reajuste de 2% para todos os jornalistas, independente do salário, ou 2,5% para salários de até R$ 12 mil (jornada de 7 horas/dia) e um reajuste fixo no valor de R$ 300,00 para salários acima de R$12mil.
Para o salário normativo (piso salarial) a proposta é de R$ 1.850,00 (jornada de 5 horas), que significa um acréscimo de R$ 75,00 ao salário normativo de 2017 (R$ 1.775,00). 
Cabe lembrar que o INPC acumulado no período de fevereiro de 2017 a janeiro de 2018 chegou a 1,87%, mas, como esclarece o Dieese, o índice geral é apenas uma referência, já que a inflação que efetivamente atinge o trabalhador depende dos itens mais utilizados e de sua localização geográfica.
Considerando os esclarecimentos do Dieese e a Pesquisa sobre as Condições de Trabalho e Salário dos Jornalistas do Rio, realizada pelo SJPMRJ em dezembro do ano passado, que revelou que o reajuste salarial é importante para 87,80% dos jornalistas, a direção do Sindicato dos Jornalistas não pode aceitar um índice que não garante um reajuste salarial acima do INPC.
Ainda segundo a proposta patronal, o auxílio creche passa dos atuais R$ 392,00 para R$ 400,00, também menor dos jornalistas de rádio e TV – CCT 2018 (R$ 432,60). O auxílio alimentação fica congelado em 2017, no valor de R$ 18,35.  
Perdas nas cláusulas sociais garantidas por 2 anos
As chamadas cláusulas sociais são aquelas que não geram um desembolso imediato por parte dos empregadores. São importantes para os trabalhadores, na medida em que, garantem benefícios a maioria ou a parte dos empregados.
Na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos jornalistas estas cláusulas, na sua maioria, têm validade de dois anos. Até a malfadada reforma trabalhista elas vinham sendo renovadas sem muita dificuldade. Mas, na Campanha Salarial de 2018, os empresários estão querendo impor a modificação de algumas cláusulas.
Na contraproposta do Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Município do Rio de Janeiro foi apresentada alteração para duas das chamadas cláusulas sociais, que de acordo com a CCT 2017 tem validade até janeiro de 2019. As horas extras atualmente compensadas em até três meses, na proposta passa para seis meses. A estabilidade da gestante, atualmente garantida até 90 dias após o término do auxílio-maternidade, na proposta passa para até 30 dias.
E o patronato ainda vem com uma cláusula nova a respeito da Jornada de Trabalho Externa que diz: “nas atividades externas, a jornada de trabalho terá início no momento em que for determinada a apresentação do Jornalista no local combinado e terminará com a sua liberação”.
Próximos passos
Diante deste cenário, o Sindicato dos Jornalistas continua valorizando o diálogo, e aguarda uma proposta alternativa dos empresários de jornais e revistas.
O momento é de acompanhamento e mobilização. É a pressão dos jornalistas nas redações que levará os patrões a aceitarem a melhor proposta sindical para os trabalhadores de Jornais e Revistas.

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