O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ) manifesta apoio à jornalista Miriam Leitão. A colunista do Grupo Globo foi vítima de declarações que jamais se esperaria de um presidente da República, mas que foram cometidas pelo atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro.
O presidente, em mais uma de suas falas equivocadas, desrespeitou a honra da jornalista ao acusá-la de mentir sobre a tortura que sofreu durante o período de trevas da Ditadura Militar, sempre por ele elogiada ao longo da trajetória política .
Ao tentar vilipendiar a biografia de Miriam Leitão, o presidente da República usa, mais uma vez, o estapafúrdio revisionismo histórico como justificativa. Não por acaso, partiu do atual governo a iniciativa de reescrever a história ao tentar retirar a palavra golpe dos livros didáticos que relatam o período vivido pelo país com a deposição do presidente João Goulart.
Miriam arriscou a vida ao lutar contra o regime de exceção. Foi torturada física e psicologicamente. Sobreviveu ao inferno e desafiou novamente o governo militar vigente ao relatar, em 1973, os crimes que sofrera nos porões da Ditadura.
O presidente da República atacou não apenas a jornalista, mas todas as vítimas do horror cometido pela tortura oficial. Não é coincidência que o mais conhecido agente da barbárie tenha sido elogiado pelo então deputado Bolsonaro ao votar a favor do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff.
O Sindicato se solidariza com a jornalista e espera que esse atual período cinza do país seja superado pelas vias democráticas e jamais por golpistas e torturadores.