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segunda-feira, novembro 25, 2024
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Oficina da Unaids no Sindicato promove reflexão sobre o papel do jornalista na luta contra o estigma

A oficina Comunicação e Zero Discriminação promovida pela Unaids, instituição da ONU para o tema do HIV/AIDS, atraiu repórteres, assessores de imprensa, profissionais da área de saúde e ativistas para a sede do Sindicato na última quarta-feira.
O workshop foi conduzido por Daniel de Castro, assessor de comunicação da instituição. O público presente pôde se atualizar sobre conceitos e terminologias do universo de HIV e AIDS. Por meio de estudos de casos, os profissionais de comunicação receberam bagagem de informações durante as três horas de atividades que serão úteis no dia a dia do trabalho nas redações e nas assessorias.

A assessora de imprensa Letícia Reitberger, da Target Assessoria de Comunicação, elogiou a iniciativa da instituição da ONU para o tema do HIV e Aids. “Amei demais. O Daniel é muito bom e eu aprendi muito hoje. Pode me chamar sempre que houver oficinas da Unaids. Foi muito enriquecedor”.
O jornalista Alexsander Lepletier, das páginas Jornalistas Livres e Tem Local. “Ficou muito forte a mensagem do cuidado que nós comunicadores devemos ter ao abordar o tema do HIV/AIDS. Os casos de reportagens mal elaboradas que o Daniel trouxe são chocantes. O jornalista deve saber que, ao redigir uma reportagem, ele pode provocar danos emocionais em pessoas que já estão fragilizadas ao receber o papel com o status reagente”, ponderou. “Foi uma oficina maravilhosa. Daniel trouxe informações que agregaram muito ao meu conhecimento sobre o tema. Quero voltar quando houver uma nova oficina e podem contar comigo se precisarem de ajuda em novos eventos”, completou.

 
 
O jornalista ALexsander Lepletier( à esquerda, de camisa laranja) ao lado do diretor do Sindicato, Felipe Martins. “Foi uma oficina maravilhosa”, definiu.

O diretor do Sindicato, Felipe Martins, refletiu sobre o papel da mídia ao abordar o tema do HIV/AIDS e o impacto da produção jornalística na vida das pessoas que vivem com o vírus. “Os grandes veículos de comunicação se adequaram aos novos tempos e evitam usar expressões que atingem as populações negra e LGBTI. Os movimentos sociais pressionaram e dificilmente o leitor encontrará, por exemplo, a palavra travesti antecedida de um artigo masculino. No entanto, foi chocante ver, neste material tão importante que o Daniel trouxe para a oficina, o maior veículo de comunicação do país, em pleno século XXI, ainda insistir em usar a palavra contaminação, tão carregada de estigma, em uma reportagem sobre o tema do HIV/AIDS”, disse Martins.
“A gente sabe que muitas vezes o erro acontece pela pressa de colocar uma reportagem no ar, mas, quem viveu a rotina nas redações sabe muito bem que há casos em que o jornalista, geralmente o chefe da redação, se coloca num pedestal de dono da verdade e de todo o saber. Para muitos profissionais, vale apenas o que está no verbete do dicionário e pouco importa o quanto uma palavra pode ser cruel ao ser dirigida a um segmento da população”, continuou o diretor do Sindicato.

 
Daniel, da Unaids, o diretor do Sindicato, Felipe Martins, e parte do público presente à oficina, entre eles a diretora da Fenaj, Beth Costa.

“Se as redações foram capazes de se atualizar ao abordar temas relacionados às populações negras e LGBTIs, urge uma reflexão sobre como ainda precisam melhorar e muito ao falar sobre a vida das pessoas que vivem com HIV/AIDS. O Sindicato, por meio desta oficina produzida pela Unaids, trouxe a contribuição para uma luz neste tema que alcança diretamente milhões de pessoas no país”, concluiu.

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