O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro repele a suspensão, por tempo indeterminado, das negociações da Campanha Salarial 2020 imposta pelo Sindicato das Empresas Proprietários de Jornais e Revistas no Município do Rio de Janeiro, na tarde de hoje (13/4), em reunião online.
Com a suspensão unilateral das negociações, não há previsão para os jornalistas das empresas de jornais e revistas do Rio de Janeiro, que têm data base em 1º de fevereiro, conseguirem reajuste de salários e das demais cláusulas que estavam em negociação. Na prática, significa que salários, vale alimentação, auxilio creche, entre outros, estão congelados nos valores de fevereiro de 2019 por tempo indeterminado.
Informação é essencial
Os argumentos da direção do SJPMRJ, de que a informação essencial que está sendo transmitida ao público é produzida pelos jornalistas, não fez eco na bancada patronal. É público e notório que, graças ao trabalho incansável e qualificado dos jornalistas, está aumentando vertiginosamente a credibilidade dos veículos. O jornal O Dia, por exemplo, na edição de 03 de abril divulgou que “o número total de usuários do portal mais do que dobrou em relação ao período anterior”. Reconheceu que “os jornalistas estão trabalhando arduamente para manter a população bem informada nesse período tão delicado de nosso país.”
Em 26/03 a presidenta do sindicato patronal, Claudia Peres, havia comunicado por e-mail a suspensão das negociações. No entanto, a direção do SJPMRJ insistiu no agendamento de reunião virtual para, através do diálogo, buscar caminhos para manter as negociações. Agora o principal argumento patronal é de que “a pandemia provocada pelo coronavirus impôs a necessidade da suspensão das negociações, que deverão ser retomadas dentro de ambiente coletivo de normalidade e não no estado emergencial e de exceção.”
Ocorre que o decreto de estado de calamidade do governo federal terá vigência até 31 de dezembro de 2020. Com isso, considerando a data base de 1º de fevereiro para as negociações de nova Convenção Coletiva de Trabalho, esse adiamento pode significar que os jornalistas de jornais e revistas não terão CCT no ano de 2020.
Proposta indecente
Em 5 de março, na rodada de negociação presencial, o sindicato patronal apresentou a proposta de reajuste de 3% para todas as cláusulas econômicas, inferior ao INPC de 4,3% de fevereiro de 2019 a janeiro de 2020, argumentando que o setor está em crise. Na oportunidade, a direção do SJPMRJ ressaltou que publicações especializadas dizem o contrário. O jornal O Globo, por exemplo, encerrou o mês de janeiro de 2020 com a maior média de circulação entre os grandes jornais do país, conforme o Meio & Mensagem (21/02/2020).
No final da reunião, depois de muita argumentação do nosso Sindicato, foi sinalizada a possibilidade de nova reunião virtual para avaliação da conjuntura. Pouco depois, o SJPMRJ recebeu e-mail da presidenta do sindicato patronal, Claudia Peres, agendando para 18 de maio nova reunião virtual “a fim de avaliarmos o cenário e as perspectivas que se apresentarão nesta ocasião”.
Jornalista, sua pressão nas redações é fundamental para o patronato respeitar a categoria!