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sábado, novembro 23, 2024
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ADEUS A UM MESTRE DO FOTOJORNALISMO: MORRE EVANDRO TEIXEIRA

A diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro externa aqui o seu profundo pesar pelo falecimento do fotojornalista Evandro Teixeira, aos 88 anos, nesta segunda-feira (4/11). Ele estava internado na Clínica São Vicente desde o dia 8 de outubro devido a complicações decorrentes de uma pneumonia. Sua trajetória profissional confunde-se com a própria história do país, sendo considerado em mais de seus 70 anos de carreira um dos maiores fotojornalistas de todos os tempos. Era associado ao Sindicato, tendo se sindicalizado em 1960.

O corpo do fotógrafo será velado em cerimônia aberta na Câmara dos Vereadores, no Centro do Rio, na terça-feira (5), das 9h às 12h.

Baiano, da cidade de Irajuba, onde nasceu, em 1935, ganha interesse pela fotografia ainda na adolescência, sob influência dos ensaios publicados em O Cruzeiro, na época então a revista de maior circulação da América Latina. Iniciou em jornais locais de cidades baianas, adquirindo assim um olhar jornalístico em seu trabalho. Em 1954, em Salvador, trabalhou no O Diário de Notícias”.

Já no Rio de Janeiro, em 1957, após uma passagem pelo Diário da Noite (do grupo dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand), ingressou no Jornal do Brasil, em 1963 – onde ficou por 47 anos até se aposentar. É durante seu período no JB que se firma como um dos ícones do fotojornalismo brasileiro, transitando com desenvoltura da política ao esporte, da cultura aos registros do cotidiano. Suas fotos se tornam obras de arte. Saem das páginas dos jornais e passam a integrar galerias e museus do Brasil e do mundo. Obras, exposições e livros como “Fotojornalismo” e “Canudos, 100 anos” e “68 destinos: Passeata dos 100 mil “ obtém diversos prêmios.

Seu trabalho durante a ditadura militar ganha ainda contornos mais marcantes e expressivos com registros únicos da repressão às manifestações contrárias ao regime. A chegada do general Castello Branco ao Forte de Copacabana durante o golpe militar de 1964, a repressão ao movimento estudantil em 1968, na histórica foto “Caça ao Estudante na ‘Sexta-Feira Sangrenta'”, de um aluno caindo ao ser perseguido por dois policiais, são alguns exemplos. Também esteve no Chile, com registros do início da ditadura no Chile. A cobertura de edições de Olimpíadas, Copas do Mundo e GPs da Fórmula 1 também compõem o rico acervo deixado por Evandro Teixeira.

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