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domingo, novembro 24, 2024
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Passos firmes rumo ao Museu do Jornalismo

Durante aproximadamente seis horas, museólogos, pesquisadores, professores e jornalistas discutiram a criação do Museu do Jornalismo no Rio de Janeiro, no Seminário Jornalismo e Memória. Diferentes ideias e sugestões foram lançadas ao longo das quatro mesas de debates do evento, realizado na última quinta-feira (26/7), no Espaço Eliseu Visconti, da Biblioteca Nacional.
O projeto do Museu do Jornalismo é um desdobramento do Centro de Cultura e Memória do Jornalismo, criado pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio em 2008, com o patrocínio da Petrobras. “O que a imprensa registra é o registro da memória do País, e a preservação desta memória é de extrema importância para a reflexão e compreensão da sociedade”, destaca a presidente do Sindicato, Suzana Blass.
Durante debate sobre constituição e sustentabilidade de museus, a responsável pelo Museu da República, Magaly Cabral, com 30 anos de trabalho na área, lembrou que abrir diariamente um espaço cultural para visitação não é tarefa fácil. “Mas a proposta do Museu do Jornalismo está muito bem encaminhada e a preservação da memória da imprensa melhora o próprio jornalismo”, afirma Magaly.
A gerente de museus da Secretaria Municipal de Cultura do município do Rio, Andréa Falcão, levantou a possibilidade de o Museu do Jornalismo ser levado ao Memorial Getúlio Vargas, na Praça Luís de Camões, ao lado do Hotel Glória, “num encontro entre a política e a poética”.
O Seminário Jornalismo e Memória foi realizado justamente para se pensar a constituição do Museu do Jornalismo, aos moldes do Newseum (em Washington D.C., EUA), e também a possibilidade de se estabelecerem parcerias para sua criação. Jornalistas com experiência em pesquisa junto a arquivos, Sérgio Cabral e Ruy Castro expuseram o quanto o Brasil perde quando deixa de preservar materiais simples, como recortes de jornais.
“Temos também que detectar pessoas que tenham esses arquivos. Tenho certeza de que naqueles grandes apartamentos em Copacabana há senhores já provectos que possuem acervos importantes”, lembrou Ruy Castro. “E quando eles falecerem, estes arquivos vão acabar num sebo”, completa.
Na última mesa do seminário, que contou com a participação de 70 pessoas na plateia, o ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas Aziz Filho destacou o protagonismo do Rio em sediar um museu voltado para o jornalismo. “Claro que qualquer cidade poderia fazer um Museu da Imprensa, mas no Rio temos facilidades para conseguir peças para o museu. Aqui funcionaram a TV Tupi, o Correio da Manhã, o Jornal do Brasil impresso, e temos a cidade mais fotografada do hemisfério sul.”
O evento também contou com as exposições do presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azêdo; do gerente de imprensa da Petrobras, Lucio Mena Pimentel; da superintendente de Museus da Secretaria de Cultura do estado, Mariana Varzea; e de Walter Santos, representante da Secretaria Municipal de Cultura.
Também palestraram no Seminário Jornalismo e Memória Sérgio Burgi (Instituto Moreira Salles), Pedro Sotero (Museu do Futebol), Alzira Abreu (CPDOC-FGV), Galeno Amorim (Fundação Biblioteca Nacional), Joëlle Rouchou (Casa de Rui Barbosa), Antônio Carlos Sartini (Museu da Língua Portuguesa) e Maria Arlete Mendes Gonçalves (Instituto Oi Futuro). O jornalista Marcelo Beraba participou como mediador.
Fotos: Zezzynho Andraddy

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