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sábado, novembro 23, 2024
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Patrões não querem saber de segurança para jornalistas

Os empresários de veículos de comunicação não querem garantir medidas de segurança aos profissionais no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). A primeira rodada de negociação entre o Sindicato dos Jornalistas e os sindicatos patronais de jornal e revista e de rádio e TV teve início nesta semana e mostrou que – mesmo com a morte recente de um jornalista – os patrões recusaram as reivindicações da categoria sobre o tema.
Os jornalistas propõem, entre outras coisas, que no acordo coletivo esteja incluído seguro de vida diferenciado para repórteres que cobrem área de risco, treinamento para coberturas nestes locais, fornecimento de materiais de proteção máxima – como colete à prova de balas – e comissão de segurança nas redações.
Além disso, foi reivindicada a cláusula de consciência: o profissional pode se negar a cumprir pauta, sem qualquer retaliação por parte da empresa, se perceber que está em confronto com o código de ética ou com suas convicções.
Da parte dos patrões, ficou o posicionamento de tratar destes pontos apenas na Comissão Paritária de Segurança, formada pelos sindicatos patronais e pelo Sindicato dos Jornalistas. A diferença, porém, é que com as cláusulas de segurança incluídas na convenção coletiva, as empresas são obrigadas a colocar as medidas em prática. Já a Comissão Paritária cria apenas sugestões aos veículos de comunicação.
“Nós reconhecemos a importância da Comissão Paritária, que está trabalhando para realizar treinamento aos profissionais ainda neste semestre, mas as medidas de segurança não incluem apenas este item e precisam estar na convenção de trabalho para termos garantia de que elas serão cumpridas”, destaca a presidente do Sindicato dos Jornalistas, Suzana Blass.
Estas cláusulas de segurança vêm sendo propostas pela categoria há vários anos. Enquanto os empresários não mudarem de posição e incluí-las no ACT, jornalistas correm mais riscos em coberturas de operações policiais.
A Comissão Paritária de Segurança, que foi criada no acordo de 2006, se reúne periodicamente para organizar cursos e treinamentos para jornalistas que cobrem situações de perigo, como tiroteio em favelas. Para este ano, já foi acordado que ela vai trabalhar paralelamente à Comissão de Negociação Salarial.
Ainda sobre o acordo coletivo, o Sindicato dos Jornalistas propõe 12% de reajuste – o que resulta em ganho real de cerca de 6%. Este índice foi definido pela categoria a partir de respostas enviadas ao formulário online do Sindicato. O patronal, no entanto, não demonstra vontade em negociar qualquer reajuste que permita aumento acima da inflação. Novas reuniões estão marcadas para março.

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