Jornalista é agredida por PM na favela do Vidigal

A jornalista Mariana Albanese, que mora na favela do Vidigal, em São Conrado, e que edita um blog sobre a comunidade disse ter sido agredida por um soldado da Polícia Militar, durante manifestação de protesto no morro nesta quinta-feira (13/12). Mariana e outros moradores tentavam impedir a destruição de uma quadra de esportes, que seria usada como extensão de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Para evitar a destruição da quadra, moradores se colocaram na frente das retroescavadeiras.
A confusão aconteceu quando policiais militares tentaram removê-los e liberar o local para as obras. Mariana conta que filmava a ação da PM com seu telefone celular quando um dos policiais deu-lhe um tapa no rosto, tomou seu telefone e o jogou no chão, quebrando o aparelho, que ela usava para trabalhar. “Depois disso perdi a cabeça e parti para cima do policial”, contou a jornalista. Algemada e levada para a 15ª DP, na Gávea, Mariana foi autuada por desacato à autoridade. Ao deixar a delegacia, tinha os punhos marcados pelas algemas e foi fazer exame de corpo de delito.
A Polícia Militar, em nota, afirmou que Mariana ofendeu um PM e o agrediu fisicamente. A nota diz ainda que o comando da UPP Vidigal abriu procedimento apuratório para verificar se houve abuso na conduta do policial que deteve a moradora.
O Sindicato dos Jornalistas enviou um dos seus diretores à delegacia para acompanhar a situação de Mariana Albanese, ver como estava sendo tratada e prestar-lhe o apoio necessário. O Sindicato repudia a violência contra a profissional e a destruição do seu instrumento de trabalho. Segundo Mariana e outros moradores que a acompanhavam, alguns PMs têm agido com arbitrariedade no Vidigal, e não com a serenidade que se espera de uma polícia que se diz pacificadora.
Foto: Edilson Lima
Vídeo (atualização às 14h01 de 14/12/2012)
Um vídeo divulgado na Internet por moradores do Vidigal mostra a agressão de um policial militar sobre Mariana Albanese. A jornalista apenas cumpria com seu dever de documentar o protesto e acabou agredida, tendo seu material de trabalho danificado.
Assista ao vídeo aqui.