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segunda-feira, novembro 25, 2024
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Jornalista é ameaçado de morte no Paraná

O jornalista Mauri König, repórter do jornal Gazeta do Povo, recebeu ameaças na última segunda-feira (17/12). Segundo o site da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), diferentes pessoas ligaram para o jornal, sediado em Curitiba, com alertas sobre ataque contra profissionais da empresa. A casa de König seria metralhada, avisavam os telefonemas.
Um profissional da RPC TV, emissora do mesmo grupo da Gazeta, que atendeu a um dos telefonemas, afirmou que o interlocutor se identificou como policial militar e disse ter ouvido de colegas que cinco PMs do Rio de Janeiro estavam em Curitiba para metralhar a casa de Mauri. O motivo seria uma investigação conduzida pelo repórter.
Em maio, ele coordenou uma série de reportagens publicada na Gazeta sob o título Polícia Fora da Lei. Os textos revelaram que agentes usavam viaturas da corporação para compromissos pessoais – inclusive visita a casas de prostituição em horário de expediente. À época, o blog policial da publicação recebeu comentários anônimos com ameaças aos jornalistas envolvidos na apuração. Mauri foi descrito como “inimigo número 1 da Polícia Civil”.
Em sua edição de segunda-feira, a Gazeta do Povo publicou novo texto sobre a corporação, desta vez dando conta de uma possível promoção de agentes que estariam sendo investigados pelo uso de viaturas para fins pessoais.
Mauri König e sua família deixaram a casa em que viviam em Curitiba. Eles estão em endereço desconhecido, sob proteção constante de seguranças contratados pelo jornal. A Gazeta do Povo afirma também ajudar o jornalista a deixar o Paraná.
O Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão que também é responsável pelo controle externo das polícias no Paraná, tenta identificar os autores das ameaças.
Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), entidade da qual König é diretor, lamentou e condenou as ameaças feitas contra o repórter. Mauri é a vítima mais recente de uma escalada de violência contra jornalistas no Brasil. De acordo com o Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ), só em 2012, quatro jornalistas brasileiros foram mortos por exercerem sua profissão. Também por causa de ameaças, o repórter policial André Caramante, da Folha de S.Paulo, teve de se afastar da redação em setembro deste ano.
A Abraji cobra apuração célere das ameaças contra Mauri König. “Tentar calar um repórter é atentar contra o direito de saber de toda a sociedade”, destaca a nota da entidade.
Com informações da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo.

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