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segunda-feira, novembro 25, 2024
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Relatório registra 121 assassinatos de jornalistas

Com seis casos, o Brasil ficou em quinto lugar na lista de países com mais assassinatos de jornalistas e trabalhadores da mídia em 2012. O relatório apresentado pela Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), no dia 31 de dezembro, registra que o ano passado foi um dos mais sangrentos para os jornalistas. Segundo os dados da entidade, 121 profissionais foram assassinados no exercício de suas funções ou devido às suas atividades.
Para o presidente da FIJ, Jim Boumelha, esses números terríveis provam o fracasso dos governos e das Nações Unidas para cumprir as suas obrigações internacionais de proteger o direito fundamental à vida dos jornalistas. “O número de mortos em 2012 se torna uma acusação contra a falta de convicção dos governos no fornecimento da proteção aos jornalistas. Obviamente não conseguiram parar este massacre” , disse.
Boumelha destaca que esse nível elevado de jornalistas mortos tornou-se uma característica constante da última década, durante a qual a reação normal das Nações Unidas e dos governos foi de apenas algumas palavras de condenação e uma investigação superficial e indiferente. Segundo a FIJ, que desde 1990 publica relatórios anuais dos profissionais de mídia que morreram em incidentes relacionados com a sua atividade profissional, ao contrário do que muitos pensam, não foram as guerras que motivaram a maioria dos casos de mortes de jornalistas, mas sim os “crimes encomendados” para silenciar os profissionais que publicaram denúncias ou realizavam trabalhos investigativos.
O relatório da FIJ apontou, em 2012, as mortes dos brasileiros Valério Luiz (Rádio Jornal 820/GO), Décio Sá (Jornal O Estado do Maranhão e Blog do Décio/MA), Paulo Roberto Cardoso Rodrigues (Jornal da Praça/MS), Mário Randolfo Marques Lopes (Vassouras na Net/RJ), Laécio de Souza (Rádio Sucesso FM/BA) e Eduardo Carvalho (Portal Última Hora News/MS).
A Síria lidera o ranking de países onde ocorreram mais casos de mortes de jornalistas em 2012, com 35 casos, seguida pela Somália com 18 registros. Além dos 121 casos de mortes de jornalistas no exercício da função, o relatório da FIJ arrola mais 30 mortos por acidente ou doença relacionada com a prática do jornalismo em 2012.
Em novembro passado, na Conferência das Agências das Nações Unidas realizada em Viena (Áustria), foi lançado oficialmente o Plano de Ação da ONU para segurança de jornalistas e combate à impunidade. Para Beth Costa, secretária-geral da FIJ, é hora de pressionar os governos para cumprirem este plano. “A situação é tão desesperadora que a inação não é possível” , destacou.
Para acessar o relatório da FIJ referente a 2012 clique aqui.
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