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terça-feira, novembro 26, 2024
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E o reajuste? TVs e rádios adiam debate sobre índices

As empresas de rádio e TV preferiram empurrar para a próxima reunião, no final de fevereiro, a discussão dos índices de reajuste propostos pela campanha salarial dos jornalistas cariocas. No encontro da última quinta-feira (7/2), trabalhadores e empresários discutiram horas extras e questões de segurança – ainda que os patrões tenham deixado escapar que não pretendem ceder ganho real no reajuste dos salários.
Um dos representantes das empresas chegou a soltar a seguinte pérola na mesa de negociação: “Não há perda salarial (para os jornalistas), a cada ano zeramos o que aconteceu e começamos uma nova convenção.” O fato é que, pelos cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a perda salarial dos profissionais de rádio e TV nos últimos 11 anos é de 10,11% – a inflação vem comendo os salários. Veja gráfico aqui.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio deixou claro aos empresários que é necessária a reposição salarial além dos índices de inflação para repor parte do poder de compra dos salários dos trabalhadores em veículos de comunicação. A reivindicação dos trabalhadores é de reajuste de 9,44% (3% de ganho real). Confira a pauta aqui. O assunto deve ser discutido na próxima reunião.
Quanto ao pagamento dos feriados trabalhados – algo que empresas como a Rede Record não fazem, deixando para compensar no banco de horas –, os empresários disseram que vão avaliar a proposta.
Outro ponto discutido foi a cláusula de horas extras. Os jornalistas querem que apenas em casos excepcionais – coberturas de catástrofes, por exemplo – os profissionais ultrapassem seus horários de trabalho definidos (5 ou 7 horas). Mas, como previsto, o representante patronal disse que não é prática comum das empresas colocar os jornalistas a trabalhar mais do que o estipulado pela lei.
Quem discorda é o Ministério Público do Trabalho. Em 2012 a TV Globo no Rio de Janeiro, por exemplo, foi multada em R$ 1 milhão e se comprometeu a contratar 150 jornalistas e radialistas após sofrer ação civil pública por excesso de horas extras de seus empregados. Relembre o caso aqui.
Uma nova rodada de negociações entre o Sindicato dos Jornalistas e as empresas de rádio e TV ainda vai ser marcada. E o primeiro encontro entre os trabalhadores e os patrões de jornais e revistas, para discutir o reajuste salarial de 2013, deverá acontecer no final de fevereiro. Fique atento às negociações e participe das assembleias. Somente assim conseguiremos um salário justo.
LEIA MAIS: Qual será a desculpa dos empresários desta vez?

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