A sucursal carioca do principal veículo da família Mesquita, o Estado de S. Paulo, acumula uma série de irregularidades. Os mais de 20 jornalistas que trabalham na redação no Rio de Janeiro não têm controle de ponto, fazem jornadas de até 12 horas e são obrigados a levar celular da empresa para casa, numa espécie de plantão velado. Além disso, relata um empregado do Estadão, feriados municipais não são pagos.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio encaminhou, na última segunda-feira (9 de julho), pedido de reunião urgente com o Departamento Jurídico e a chefia de redação. A empresa da família Mesquita, que costuma levantar a bandeira da ética e da legalidade, vai ter que estancar de vez descumprimentos a direitos assegurados em convenção coletiva.
“Repórteres são obrigados a levar celulares para casa, alguns também levam computador”, relata um profissional, sobre os absurdos impostos pelo Estado de S. Paulo, jornal fundado em 1875 e que tem média de circulação de 235 mil exemplares por dia. As irregularidades também são praticadas pela Agência Estado.
O profissional da empresa está sujeito a receber ligação em qualquer horário de sua folga. Ainda de acordo com o relato, não há qualquer tipo de compensação – financeira ou em descanso – diante das jornadas que chegam a 12 horas.
Caso a reunião com representantes da empresa não solucione os graves problemas trabalhistas na sucursal carioca, o Sindicato dos Jornalistas vai levar a denúncia ao Ministério do Trabalho e Emprego, como já fez com outras empresas – O Dia, EBC, Acerp e Record, por exemplo.
Também na segunda-feira, o Sindicato comunicou a empresa sobre as irregularidades cometidas sobre os jornalistas e informou a situação ao Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, onde fica a sede do Grupo Estado.
*Atualização às 12h10 de 18 de julho de 2013: A reunião com representantes do Grupo Estado no Rio de Janeiro foi marcada para o dia 1º de agosto.
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