O Infoglobo e a Globosat são duas empresas das Organizações Globo que têm a mesma prática discriminatória: demitir profissionais que atingem os 60 anos. Sobre a primeira já há um pedido de ação civil do Ministério Público do Trabalho, após investigação que levou dois anos. Agora, é a vez do setor que abriga os canais pagos da família Marinho.
Nos últimos meses, inclusive em julho, a promotora Luciana Tostes, da Procuradoria do Trabalho da 1ª Região, colheu testemunhos de seis ex-empregados da Globosat que foram demitidos por motivos de idade. “Ouvimos inclusive uma jornalista que deu seu depoimento”, relata a procuradora. A empresa nega a discriminação.
A prática é a mesma registrada no Infoglobo: quando o funcionário se aposenta pelo INSS ou faz 60 anos, a empresa o coloca num programa chamado Projeto Prosseguir e o demite. Ainda que ambas as empresas neguem, o sistema de dispensas de trabalhadores experientes é conhecido – e temido – nestas redações. Os jornalistas que se aproximam da data limite ficam tensos, angustiados, e alguns até evitam festejar aniversário e revelar a idade.
No caso da Globosat, a empresa concede ao profissional demitido dois anos extras de plano de saúde e meio salário por cada ano trabalhado na firma. Uma tentativa de mitigar a discriminação, que configura afronta à Constituição e à Declaração Universal de Direitos Humanos.
De acordo com a procuradora, o inquérito civil que investiga a Globosat vai em busca de um acordo que encerre as demissões por idade. No caso da Infoglobo – que edita os jornais Extra, O Globo e Expresso – a empresa não quis assinar um termo de ajustamento de conduta. Agora o processo aguarda o agendamento de audiência por parte da Justiça do Trabalho.
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