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quarta-feira, novembro 27, 2024
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XIX ENJAI DEBATE O PAPEL DAS ASSESSORIAS E A ORGANIZAÇÃO DE GRANDES EVENTOS

O XIX Encontro Nacional de Jornalistas em Assessoria de Imprensa (ENJAI) prosseguiu na manhã nesta sexta-feira, dia 23 de agosto, no Rio’s Presidente Hotel, no Rio de Janeiro com dois painéis. O painel 1 trouxe como tema: “Assessoria de Imprensa como atividade jornalística de interesse público”. O Coordenador do Curso de Comunicação Social da PUC-Rio, Leonel Aguiar abordou a questão de forma acadêmica, lembrando que o jornalismo, historicamente, é um lugar de mediação social, ou seja, de mediador de conflitos e da multiplicidade de opiniões que disputam o acesso à esfera pública. “Como o jornalista de assessoria de imprensa pode exercer a atividade jornalística com foco no interesse público? Reforçamos a ideia que o jornalismo é um direito coletivo, como o conjunto de entidades, tais como a FENAJ e os movimentos sociais, que pensam essa questão”, afirmou. De acordo com o professor, o jornalismo é um direito coletivo para o desenvolvimento da democracia, mas desde que se produza uma informação de qualidade. Segundo o palestrante, desde o século 19 há discussões sobre o que é jornalismo de interesse público, de um lado, e de outro a visão das empresas apontando para o interesse do público e voltadas para o lucro em última instância. “Um campo de disputa de forças sociais. Historicamente a vertente econômica, no caso os patrões, e a vertente política, que é a cultura profissional do jornalista. Então para que serve o jornalismo? Para nós é fornecer informação de qualidade”.
Já o Mestre em Comunicação Midiática pela UNESP/Bauru, Paulo de Toledo, foi bem enfático ao discorrer sobre o tema do painel. Em sua avaliação, a assessoria de imprensa é sim uma atividade jornalística e de interesse público. Ele discorda das afirmações de que há um problema ético no fato de que os assessores são apenas voltados a cuidar da imagem dos assessorados.” O assessor de imprensa é remunerado, tem que preservar a imagem da empresa, mas também fica na saia justa. Se o profissional da assessoria tem suas limitações, na redação também tem”, afirmou. Na sua avaliação, o importante é o jornalista trabalhar com transparência seja de que lado do balcão tiver. Toledo lembrou que hoje as assessorias são grandes responsáveis por alimentar as redações com personagens, pautas e informações.
Em sua palestra, o Presidente da FENAJ, Celso Schröder, ressaltou a importância do enfrentamento de posições sobre a concepção de assessoria de imprensa e jornalismo. “A concepção original das assessorias de imprensa era a ideia de que o profissional não está fazendo a mediação do interesse público, mas sim representando o interesse do seu assessorado. O compromisso dele é com o seu assessorado e assim a atividade obviamente não é jornalística. Por isso, há uma histórica resistência a este tipo de mistura. O mundo, no entanto,faz hoje esse debate. Mas não é eficiente fazer a defesa da fonte sob pena de estar mentindo. Sua atividade perde credibilidade”.
XIX_ENJAI_23-08_05O Painel 2, entre 11h10 às 13h10 abordou o tema:” Os eventos esportivos e as oportunidades para assessorias de imprensa”. Os painelistas explicaram ao plenário o funcionamento e a estratégia de comunicação de suas assessorias no suporte a grandes eventos. Isabel Magalhães, Gerente de Relações com a Imprensa da Rio 2016, fez uma apresentação sobre a preparação dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Um evento desse porte, maior mesmo que a Copa do Mundo, segundo a jornalista, envolve 25 mil profissionais de comunicação credenciados, e também os três níveis de Governo. “Não contratamos assessorias de imprensa, mas temos os patrocinadores que vão aumentar seus departamentos de comunicação e trazer mais profissionais para aproveitar as oportunidades”, informou. Paulo Roberto Rossi de Oliveira, Coordenador de Conteúdo da Assessoria de Comunicação do Ministério do Esporte explicou que já está sendo finalizado o Portal dos Jogos Olímpicos e até mesmo a assessoria sofreu mudanças em função da preparação de grandes eventos. “Isso ficou mais claro para nós, porque temos que planejar a comunicação, elaborar estratégias e criar oportunidades”, disse o jornalista, lembrando ainda que, as manifestações nas redes sociais, obrigaram a uma mudança de postura: “Os órgãos oficiais têm que ter equipes antenadas. O avanço da tecnologia faz com que tenhamos que nos adaptar a uma nova realidade. O eixo da comunicação mudou”.
Fotos: Thiago Rosa

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