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quarta-feira, novembro 27, 2024
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IMPRENSA ESTRANGEIRA EM DEBATE NO XIX ENJAI

Hoje pela manhã, dia 24 de agosto, o XIX Encontro Nacional de Jornalistas em Assessoria de Imprensa (ENJAI), no Rio’s Presidente Hotel, no Rio de Janeiro, continuou com a apresentação de dois painéis que chamaram a atenção dos delegados e observadores no evento. O Painel 3: ”O acesso  democrático às grandes coberturas de eventos: da imprensa estrangeira ao jornalismo alternativo” reuniu correspondentes estrangeiros e um gerente responsável por site. O correspondente da Der Spiegel – publicação da Alemanha – Jens Glusing  que cobriu eventos de porte no Brasil, afirmou que há casos, como  a Copa do Mundo, com problemas de organização local:”É um sistema sofisticado, mas na parte técnica, por exemplo, acontecem filas imensas para credenciamento. Se isto for o padrão FIFA, como será no ano que vem?” O jornalista criticou também o privilégio de algumas mídias, como no caso de televisão, no caso de emissão de imagens. Glusing  criticou,ainda, o fato de se rotular uma parcela da mídia como alternativa, lembrando que existe sim jornalismo bom ou ruim até mesmo nas publicações mais tradicionais. “No caso das manifestações, por exemplo, vimos a atuação da mídia ninja. Por um lado acho interessante, porque oferece um acesso a uma informação não filtrada, de certa maneira para um público que não gosta da mídia tradicional. E isso acabou colocando um desafio para a  mídia tradicional para que se abra mais para esse tipo de jornalismo”, afirmou.

A jornalista peruana Veronica Goyzueta, correspondente do Jornal ABC da Espanha lembrou que, num evento de grande porte,as empresas fazem grandes investimentos para trazer um profissional para o país e isso significa fazer um esforço apesar da crise em todo o mundo. Ela lembrou que a grande imprensa hoje, no Brasil e no exterior, não atinge mais um número considerável de leitores. “O grande veículo de massa ainda é a televisão.,mas a penetração dos blogs está aumentando. O acesso democrático implica eliminar fronteiras e agora o que escrevemos pode ser acessado por todos”, informou.  Pela Federação Internacional dos Jornalistas. E por regra dessa federação, a carteira internacional só é expedida para jornalistas sindicalizados. E essa é a orientação aos sindicatos.”, afirmou Maria José.

Em prosseguimento ao painel, o jornalista Murillo Garavello, Gerente de Esporte do UOL apresentou toda a estrutura de funcionamento do site que, na sua avaliação, é baseado em dois pilares: o interesse público e do público. No site, são cerca de 70 repórteres e tem uma série de blogueiros especializados. Por mês, são 18,5 milhões de acessos. Ele criticou o fato de que, apesar da evolução da Internet e o aumento das equipes, os veículos ainda sofrem limitações no credenciamento de profissionais durante os grandes eventos.

XIX_ENJAI_24_08_MANHA (2)O segundo e último painel do dia abordou o tema: “O papel do jornalismo em assessorias de comunicação”. A primeira palestrante, Jaqueline Paiva, Secretária – Adjunta de Imprensa da Presidência da República e coordenadora pela SECOM para a Copa de 2014 abordou a estrutura montada para o evento. Segundo a jornalista, o Brasil já está recebendo equipes do mundo inteiro e o país se torna o centro da cobertura mundial. No total, virão do exterior quase 19 mil jornalistas e 375 emissoras de televisão vão gerar imagens do evento. “A Copa do Mundo está movimentando há muito tempo uma parte da economia brasileira quando se fala em emprego e renda, mas isso não tem muito espaço na grande imprensa”, afirmou. A expectativa de uma grande consultoria é a de que mais de R$ 112 bilhões adicionais estão ingressando na economia de 2010 a 2014, gerando 3,6 milhões de empregos e, muitos deles, na área de serviços. Quanto aos questionamentos a respeito da Copa do Mundo durante as manifestações em junho último, Jaqueline lembrou que o evento está permitindo alavancar investimentos do setor público e obras estão sendo aceleradas.  A Secretária –Adjunta de Imprensa da Presidência da República expôs, ainda, o  trabalho das assessorias no momento em que a Internet cada vez mais ganha espaço na mídia. Na sua avaliação, o jornalismo também é exercido em assessorias, principalmente em órgãos públicos, onde há a Lei da Transparência. “O nosso papel é o de buscar a verdade”, enfatizou, “por isso temos que lutar que para as redes sociais retomem o processo de ouvir o outro lado. Muitas denúncias são lindas, mas infelizmente não são verdadeiras, cabendo à assessoria falar a verdade”.

A diretora da TFS Comunicação & Marketing, Terezinha Santos abordou, em sua palestra, que o perfil do jornalista em assessoria de comunicação é estratégico. “Ele é um planejador que participa da formulação da política da empresa. E, ainda, tem que ser jornalista, conhecer a identidade da empresa, ver seu potencial de crise e administrar as informações,. O timing é precioso”, diz a jornalista que é também consultora. Lúcio Pimentel, Gerente de Imprensa da Comunicação Institucional da Petrobras mostrou para o plenário toda a estrutura de comunicação da empresa que envolve o trabalho de 100 jornalistas, incluindo as subsidiárias e empresas no exterior. “O assessor de imprensa tem que ter consciência do tamanho da empresa , tem que se preparar, ser qualificado, não adianta quantidade sem qualidade, são 24 horas on line, porque a empresa é global”.

O XIX ENJAI é realizado pela Fenaj e pelo SJPMRJ, com patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro e da Petrobras.

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