Jornalistas das empresas de radiodifusão e de jornais e revistas estão convocados para a assembleia da campanha salarial, hoje, às 19h30, no auditório do Sindicato (Rua Evaristo da Veiga, 16 17º andar, no Centro do Rio). A negociação passa por um momento crucial, pois os patrões se recusam a avançar a conversa para atender as reivindicações dos trabalhadores – incluindo reajuste de salários com aumento real e um piso para a categoria.
Assim como nos últimos dez anos, os representantes das empresas querem dar somente a reposição da inflação pelo INPC, que acumulava 5,26% em fevereiro, mês da data-base. Este é o menor índice de inflação apurado no país, e considera somente a evolução no custo de vida de famílias cujo chefe seja assalariado e ganhe entre um e cinco salários mínimos. Este índice é tradicionalmente menor que o IPCA, que baliza a inflação oficial no país. Este índice fechou fevereiro em 5,93% somente na cidade do Rio. Mas para os patrões não têm conversa: é pegar 5,26% ou largar. O Sindicato propõe o cálculo pelo IPCA Rio com um adicional de 5% de aumento real.
A luta pelo piso salarial também segue na mesma: jornalistas de um lado brigando por um valor que seja condizente com o custo de vida dos profissionais no Rio hoje (R$ 4.927) e, de outro, os patrões insistindo em valores que variam de R$ 1.100 (rádio) a R$ 1.250 (jornais). Faz mais de uma década que os jornalistas do Rio não contam com um piso que organize os salários que são pagos nas redações da cidade. Isso faz com que as remunerações sejam cada vez mais baixas, apesar do aumento de funções e responsabilidades dos jornalistas.
Os patrões alegam que o cenário financeiro é sombrio. Mas dados recentes mostram que não é bem assim. Após obter resultado fabuloso no ano passado, faturando R$ 21 bilhões em publicidade, a TV aberta pode avançar 10% mais este ano, de acordo com estimativa de mercado do Projeto Inter-Meios publicado na revista Meio & Mensagem de fevereiro. A pesquisa, que mede os investimentos publicitários em diversas mídias, aponta que são promissores ainda os horizontes de crescimento para rádios (10%), jornais (6%) e revistas (4%). Isso sem falar da internet, onde todas as empresas estão presentes, que faturou R$ 1,4 milhão em 2013 e espera ver a receita de anúncios crescer 10% este ano.
“É um mercado em franca recuperação”, afirmou à revista Anco Saraiva, diretor de marketing da TV Globo.