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sábado, novembro 23, 2024
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Onde (e com quem) está o acervo de fotos da Bloch Editores?

A cada novo capítulo, a novela sobre a venda do acervo fotográfico da Bloch Editores ganha tons mais misteriosos. Neste ano, o arrematante do material ainda não foi localizado pela Justiça. Ele tem que ser notificado sobre decisão do Ministério Público – expedida em outubro do ano passado, após ação feita pelo Sindicato dos Jornalistas – que o proibiu de revender ou separar as imagens.
Como o novo dono do acervo, identificado pelo nome de Luiz Fernando Barbosa, não foi localizado para notificação, as imagens podem ter qualquer destino. “Estamos aguardando a devolução da precatória para dar andamento ao processo, com expedição de ofícios para fins de localização do arrematante”, explica a advogada do departamento Jurídico do Sindicato dos Jornalistas, Andresa Sena.
O endereço fornecido pelo arrematante é de Teresópolis. Em abril do ano passado, uma reportagem no jornal O Globo já sinalizava que o local informado pelo comprador não era, de fato, sua residência. “Este material pode nem estar mais no Brasil”, sugere o presidente da Comissão de Ex-Funcionários da Bloch Editores, José Carlos Jesus.
Além disso, e pelo andar da carruagem, o que preocupa são os direitos autorais dos repórteres fotográficos – que não foram respeitados no leilão – e também a conservação e o destino dado ao acervo que conta a história do Brasil estampada nas páginas da Revista Manchete, que circulou entre 1952 a 2000.
A decisão do Ministério Público ainda obriga o comprador a manter as fotografias em local adequado de conservação. Às vésperas do leilão, em abril de 2010, o valor estimado pelo acervo era de cerca de R$ 1,8 milhão. No entanto, o material foi vendido por R$ 300 mil, 16% do estipulado. O dinheiro deve ser destinado para pagar direitos trabalhistas de cerca de 400 profissionais que ficaram sem receber após a falência dos veículos de comunicação de Adolpho Bloch.
Repercussão
A edição 186 da revista Fotografe Melhor, publicada neste mês, traz 14 páginas sobre o destino do acervo fotográfico da Bloch Editores. Ao longo da reportagem, o jornalista Guilherme Mota expõe detalhes dos entraves que deixam em aberto o futuro do material.
O texto é acompanhado de reproduções do acervo arrematado em 2010. Imagens históricas de Pixinguinha, Cartola e dos Doces Bárbaros (Gal Costa, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Caetano Veloso), tiradas por Walter Firmo, fazem parte do material. O premiado repórter fotográfico Sérgio Jorge lembra na matéria que cerca de 30% dos profissionais que tiveram suas fotos arrematadas já morreram.
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Foto: Reprodução páginas da revista Manchete da década de 70.

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