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sábado, novembro 23, 2024
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Caso Vladimir Herzog: Sindicato apoia ação da OEA

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro apoia a decisão da Organização dos Estados Americanos de apurar se o Brasil foi omisso ao não investigar o assassinato do jornalista Vladimir Herzog, em 1975, durante a ditadura militar, e não punir os autores do crime. Apoia, também, a iniciativa das entidades que integram a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, que tomaram a iniciativa de denunciar a omissão do Estado brasileiro. Essas entidades são o Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo; o Centro pela Justiça e o Direito Internacional (Cejil); a Fundação Interamericana dos Direitos Humanos (FDDH); e o Centro Santos Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo.
Vladimir Hezog vivia, trabalhava e foi assassinado em São Paulo, mas sua morte chocou o País, ganhou dimensão nacional e, agora, internacional.
Herzog era diretor de jornalismo da TV Cultura de São Paulo. Convocado por agentes do II Exército para prestar esclarecimentos, ele se apresentou na noite de 24 de outubro de 1975 na sede do DOI-Codi paulista. No dia seguinte foi oficialmente dado como morto, mas a farsa montada por seus algozes foi logo desmantelada. A versão de suicídio divulgada pelos agentes da ditadura jamais foi aceita pela sociedade brasileira. O testemunho de outros presos no DOI-Codi, entre eles o também jornalista Rodolfo Konder, sempre deixou claro que Herzog morreu sob tortura no dia 25 de outubro. Seus gritos foram ouvidos durante horas.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro espera que a ação da OEA leve, finalmente, ao esclarecimento do assassinato de Vladimir Herzog. Deseja, também, que a ação revele, perante o mundo, as limitações impostas pela Lei da Anistia – promulgada durante a ditadura – para o esclarecimento e punição deste e de outros crimes do regime instaurado pelo golpe militar de 1964.
Foto de Silvaldo Leung Vieira

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