Enquanto o patronato de TV e rádio propõe o risível reajuste de 5,7% aos jornalistas cariocas, as empresas acumulam crescimento em seus lucros. Na última sexta-feira (30/3), o jornal Valor Econômico divulgou o montante com o qual a Rede Globo fechou o caixa em 2011: R$ 5,2 bilhões.
A matéria publicada pelo Valor, assinada pela repórter Heloisa Magalhães, ainda aponta elevação de 12% no faturamento da Globo – chegando a R$ 10,9 bilhões. Mais da metade desta fortuna veio da publicidade, porém com crescimento significativo nos lucros em vendas de conteúdo na TV paga e na Internet.
Os resultados financeiros anunciados não incluem a Infoglobo, responsável pelo O Globo, Extra, Expresso e Globo Online. O faturamento levou em conta os rendimentos a partir da Rede Globo de Televisão, Net Serviços, Endemol Globo, Telecine, USA Brasil Programadora, PB Brasil, GB Empreendimentos, Canal Brasil e associadas.
Os números da Rede Globo acompanham os do setor de televisão no Rio de Janeiro. De acordo com dados do Projeto Inter-Meios, este ramo foi o que mais cresceu, atingindo lucros em média 12,4% maiores em seus rendimentos na comparação dos dois últimos anos.
Negociações
Na quarta-feira (28/3), durante as negociações do Sindicato dos Jornalistas com representantes empresariais de rádio e TV, o patronato propôs um reajuste de 5,7% – enquanto a reivindicação da categoria é de 12%. Este índice levado à mesa pelos empresários não cobre nem mesmo o IPCA nacional (6,22%). A alegação dos representantes dos patrões foi a de sempre: “É o que as empresas podem pagar”.
O Sindicato dos Jornalistas segue cobrando os índices definidos em assembleia, além das reivindicações quanto a itens de segurança, como a obrigação de as empresas fornecerem colete à prova de balas e carro blindado aos jornalistas em pautas nas áreas de risco.