A violência praticada contra jornalistas chegou a níveis inaceitáveis – e insustentáveis – na cidade do Rio de Janeiro com a prisão da repórter Vera Araújo, de ‘O Globo’, e a agressão à repórter fotográfica freelancer Kátia Carvalho durante o exercício da profissão neste domingo (15/06). Vera foi presa por um policial militar ao se recusar a parar de registrar a detenção de um torcedor argentino que urinava nas cercanias do Maracanã. Ela foi algemada, ferida, impedida de usar seu celular, e, dentro da viatura, deu voltas por diversos bairros antes de ser levada à Cidade da Polícia, onde a ocorrência foi registrada. No mesmo dia, Kátia foi atingida por uma bomba disparada pela PM em protesto perto do estádio, que a feriu gravemente nas costas.
Diante da escalada de violações direcionadas à nossa categoria, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio contratou o advogado Lucas Sada, especializado em direito criminal, para auxiliar aos associados – que já contam hoje com assistência nas áreas cível e trabalhista. Orientamos ainda os profissionais que foram agredidos por policiais que busquem o Sindicato para entrar com ações judiciais por danos morais contra o Estado. Estudamos ainda entrar com uma ação civil pública que, atuando de forma coletiva, possa conter a violência contra os jornalistas no Rio.
O Sindicato expedirá nesta terça-feira (17/06) ofícios ao governo estadual (gabinete do governador, secretaria de segurança e comando da Polícia Militar) e ao Ministério Público pedindo providências e rigorosa apuração dos culpados pelos episódios envolvendo as jornalistas Vera Araújo e Kátia Carvalho. Disponibilizamos ainda nossos telefones de plantão (21) 99439 2951 e (21) 99278-2137 para denúncias de trabalhadores da imprensa que sofrerem agressões durante o exercício da profissão.
O relatório de casos de violência contra jornalistas na cidade, compilado pelo Sindicato, não para de crescer. De maio de 2013 ao mesmo mês deste ano, já são 74 profissionais agredidos ou hostilizados no Rio – um deles foi morto, o repórter cinematográfico Santiago Andrade. A maioria das situações (80%) foi provocada por policiais militares.
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro