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segunda-feira, abril 29, 2024
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Comissão da Verdade dos jornalistas brasileiros é instalada

Em solenidade realizada na noite de 18 de janeiro, em Porto Alegre, no Seminário Internacional Direitos Humanos e Jornalismo, foi instalada a Comissão Nacional da Verdade dos Jornalistas Brasileiros. Em trabalho conjunto com comissões estaduais, o grupo levantará os casos de violações dos direitos humanos cometidos contra jornalistas brasileiros no período de 1964 a 1988.
A ministra Maria do Rosário, da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, presente na cerimônia, entregou à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) uma série de arquivos de pesquisa. “O outro nome da democracia é direitos humanos”, disse a ministra.
A Comissão da Memória, Justiça e Verdade dos Jornalistas Brasileiros anunciou Audálio Dantas como seu presidente. Os demais integrantes são Sérgio Murillo, diretor da Fenaj, Rose Nogueira, Carlos Alberto Caó e o deputado Nilmário Miranda, que saudou a ocasião, em nome do grupo.
Sobre os integrantes
Audálio Dantas
Atuando no jornalismo desde 1954, trabalhou em grandes veículos de comunicação do País, como a Folha da Manhã, revistas O Cruzeiro, Quatro Rodas, Veja, Realidade, Manchete, entre outros. Foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo de 1975, ano em que Vladimir Herzog foi torturado e morto no DOI-CODI, até 1978, quando foi eleito deputado federal pelo MDB. Em 1983, foi o primeiro presidente eleito por voto direto para a Federação Nacional dos Jornalistas. Sua trajetória de defesa das liberdades democráticas marca sua longa trajetória no Jornalismo brasileiro. Entre as diversas premiações merecidamente recebidas, destacamos o Prêmio de Defesa dos Direitos Humanos da ONU, em 1981. Autor de diversos livros, lançou recentemente As Duas Guerras de Vlado Herzog.
Carlos Alberto Oliveira dos Santos (Caó)
Advogado e jornalista, foi preso na década de 1960 devido à sua atuação política. Iniciou no Jornalismo em 1964, no Rio de Janeiro, no jornal Luta Democrática. Atuou em órgãos como o Diário Carioca, Tribuna da Imprensa, O Jornal, Jornal do Commercio, TV Tupi e Jornal do Brasil. Presidiu o Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro de 1981 a 1984. Em 1982 elegeu-se deputado federal pelo PDT e foi Secretário do Trabalho e da Habitação do governo de Leonel Brizola. Reeleito deputado federal, participou do processo constituinte de 1987 a 1988, sendo responsável pela inclusão, na Carta Magna, da definição de que o racismo é um crime inafiançável e imprescritível e de projeto de lei que regulamentou a Constituição prevendo pena de prisão para os crimes de racismo.
Sérgio Murillo de Andrade
Foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina por duas gestões, 1993 a 1999. Na Fenaj, já foi vice-presidente Sul, Secretário-Geral e presidiu a entidade de 2004 a 2010. Trabalhou no Diário Catarinense e Gazeta Mercantil, foi correspondente do Diário do Sul e atuou como free lancer de diversas publicações nacionais. Coordenou a comunicação de campanhas eleitorais em Santa Catarina. Foi professor de Jornalismo e assessor de imprensa no serviço público e empresarial. É diretor de Relações Institucionais da Fenaj.
Nilmário Miranda
Deputado estadual pelo PT mineiro de 1987 a 1990 e deputado federal de 1991 a 2003, assumiu recentemente novo mandato de deputado federal. Preso político por 3 anos na década de 1970, foi o primeiro ministro dos Direitos Humanos do Brasil, durante o governo Lula. Além de sua trajetória no combate à ditadura e na defesa dos direitos humanos, contribui com as lutas dos jornalistas brasileiros, junto ao Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais e à Fenaj. É autor de várias publicações sobre direitos humanos. Dentre elas o livro Dos filhos deste solo, lançado em 1999, juntamente com o jornalista Carlos Tibúrcio.
Rose Nogueira
Atuou em veículos como a Folha de São Paulo, TV Cultura e TV Globo. Presa e torturada em 1969, ficou detida no Presídio Tiradentes, em São Paulo, por 9 meses. Presidiu o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe-SP) de 2006 a 2009. Militante do Grupo Tortura Nunca Mais, representa a entidade na Comissão da Verdade de São Paulo e é diretora do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. É autora do livro Crimes de maio, sobre os assassinatos ocorridos durante as ações do PCC (Primeiro Comando da Capital) em 2006.
Foto: Marcio de Almeida Bueno
Fonte: Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul

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