SANGUE NOVO NA FENAJ
Passaralhos. Demissões. Ameaças. Assassinatos. Processos judiciais. A realidade já difícil dos jornalistas brasileiros vem ganhando contornos dramáticos com o desfalecimento de parte do setor nos últimos meses. A Record demitiu 400 funcionários, entre eles 40 jornalistas. O Estadão promoveu uma “restruturação” que resultou na demissão de mais de vinte jornalistas e no enxugamento do jornal.
O Valor Econômico dispensou 50 trabalhadores, sendo 30 jornalistas. A Folha de S. Paulo demitiu quadros históricos da sua redação e das sucursais do Rio de Janeiro e de Brasília. Segundo a Agência Pública, foram 280 demissões de jornalistas só em São Paulo entre janeiro e abril deste ano, 40% a mais do que no mesmo período de 2012. Os grupos de mídia, que anunciam avanços nos lucros, jogam a culpa no “desempenho econômico”, esquivando-se da responsabilidade pela gestão das empresas e pelo mau desempenho delas.
Os “passaralhos”, como são chamadas na categoria as demissões em massa, geram um efeito cascata. Deram a linha para que algumas publicações de alcance regional sigam o mesmo caminho. E instauraram o pânico nas redações. Quem escapou dos primeiros cortes vive em sobressalto, pois pode estar na próxima lista. Diante de tudo isso, que fez a Fenaj? Bem pouco. A reação ficou a cargo dos sindicatos locais.
E a execução de jornalistas em razão de reportagens que publicaram? Quatro assassinatos. Só até maio. O “desempenho” colocou o Brasil em terceiro lugar em um ranking mundial feito pela entidade Emblema para a Imprensa, sediada em Genebra. E o que fez a direção da Fenaj? Até agora não implementou a deliberação do Congresso Nacional dos Jornalistas de 2012, de estabelecer um protocolo com os grupos de mídia que estabeleça, entre outros pontos, medidas de segurança para nossos colegas.
Imobilismo
Esse imobilismo da direção da Fenaj não é novidade. Ocorre também em relação aos desrespeitos cotidianos cometidos por patrões contra os jornalistas. Contratações precárias (frilas fixos, serviço prestado por meio de “pessoa jurídica” etc.), longas jornadas (em alguns casos duas jornadas corridas em dois locais de trabalho diferentes), baixos salários, acúmulo de funções, sobrecarga de trabalho, assédio moral.
Nenhum desses temas recebeu a atenção da direção da Fenaj na gestão que se encerra neste ano. Não houve uma campanha sequer da entidade para combater esses problemas. A exceção foi a luta pela aprovação, na Câmara dos Deputados, do projeto de lei 2.960/2011, que cria o piso salarial nacional dos jornalistas. No entanto, a inconsistência da justificativa do projeto mostra um inaceitável amadorismo da gestão atual, em questão de tamanha importância.
A verdade é que, além de criar a Comissão da Verdade dos Jornalistas (em 2012), a atuação da direção da Fenaj praticamente se resumiu à importante campanha pela aprovação da PEC do Diploma. Nós da Chapa 2 consideramos essa uma bandeira fundamental, mas ela não pode justificar a falta de iniciativa dos dirigentes da federação em relação aos gravíssimos problemas relatados acima.
Indiferença
Paradoxalmente, enquanto a precarização nos locais de trabalho aumenta, a categoria se distancia da luta sindical. Novas sindicalizações são cada vez mais escassas. As novas gerações ocupam as redações, assessorias e demais locais de trabalho sem criar vínculos com as entidades de classe e sem entender a importância da luta por melhorias nas condições de trabalho.
Para muitos, a Fenaj resume-se à carteirinha. Referência que ficou mais apagada após o aumento da burocracia para a renovação da identidade dos jornalistas. A exigência de apresentação do diploma, nesta etapa, para jornalistas sindicalizados há muito tempo e que por qualquer motivo não possuem mais o documento, tem gerado constrangimento e até, eventualmente, a saída dos quadros dos sindicatos de pessoas importantes na categoria. E a diretoria atual da Federação não reage a esse quadro. Nega-se a fazer campanhas nacionais de sindicalização e a divulgar a importância da carteira.
Em uma das frentes históricas de atuação da Fenaj, a entidade se isolou. A Federação se manifestou contrária ao projeto de iniciativa popular da lei de mídia democrática. A proposta foi elaborada pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e reuniu um amplo grupo de organizações progressistas pela democratização da comunicação no país.
Clube
Fechando os olhos a vários dramas da categoria, a direção atual da Fenaj se mantém como um clube de amigos, que se revezam nos cargos principais há vinte anos. Recusam-se a ouvir vozes divergentes, mesmo quando são de seus apoiadores. E não realizam práticas básicas de democracia sindical, como abrir espaços para a oposição na programação de congressos e debates.
Por tudo isso, é hora de sangue novo na Fenaj! Precisamos de uma federação que lidere os sindicatos no enfrentamento dos problemas da categoria e na luta para que nós, jornalistas, reconquistemos o respeito que merecemos na sociedade.
Por tudo isso, vote Chapa 2 Luta,Fenaj!
Programa de luta dos jornalistas brasileiros
ENFRENTAR E BARRAR AS DEMISSÕES!
Nossas propostas:
– Retomada e intensificação da luta pela estabilidade no emprego, direito que a ditadura militar suprimiu em 1966. Obviamente, essa bandeira não pode ser apenas da nossa categoria. A CUT a incluiu na agenda, porém na forma de adesão do Brasil à Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe a chamada demissão imotivada.
– Paralelamente, lutar para elevar de 50% para 100% do FGTS a multa que os patrões devem pagar em casos de demissões imotivadas, como forma de coibir essa prática.
– Intensificar a luta contra as demissões, por meio de demonstrações públicas diante das empresas que demitem, boicotes, paralisações, representações ao MPT, ações judiciais de reintegração e outras medidas que criem repercussão negativa (e eventualmente perdas financeiras) para esses empregadores.
– Esforço especial de sindicalização de jornalistas que atuam em redações, em especial nas grandes empresas, para reverter o quadro de individualismo e desagregação existente hoje em diversos locais de trabalho, criando-se assim condições mais favoráveis de enfrentamento com os patrões.
Conheça a íntegra do nosso programa em www.lutafenaj.com.br
Chapa 2 tem cinco jornalistas do RJ na diretoria e um na Comissão de Ética
Encabeçada pelo jornalista Pedro Pomar (SP), a Chapa 2 – Luta, Fenaj! é integrada por cinco jornalistas do Rio de Janeiro na sua diretoria. São eles: na 1ª secretaria, Paula Máiran, formada na UFF e que trabalhou no JB, Estadão, O Dia, Extra, Folha de S. Paulo, Destak e O Fluminense. Ex-assessora do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), atualmente assessora o vereador Henrique Vieira, do mesmo partido, em Niterói. É também candidata a presidente do SJMRJ pela Chapa 2 local, “Sindicato é pra lutar!”.
Os outros candidatos do RJ são Claudia de Abreu (cultura e eventos), Continentino Porto (relações internacionais), Alvaro Britto (educação e aperfeiçoamento profissional), Daniel Fonsêca (mobilização dos jornalistas de produção e imagem). Para a Comissão Nacional de Ética, a Chapa 2 apóia no RJ o jornalista e escritor Pinheiro Jr.
Conheça a chapa completa e quem nos apóia em www.lutafenaj.com.br
Cara/o colega,
Contamos com você para essa virada no movimento sindical dos jornalistas. Uma virada que possa arejar e revigorar a principal entidade de representação dos jornalistas brasileiros, que é a Fenaj. Está nas suas mãos. Acesse nossa página www.lutafenaj.com.br ,no facebook Luta, Fenaj! e no procure para conversar.
E vote para mudar: vote Chapa 2, Luta,Fenaj!